Juliano Heyse
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não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; 1 Tm 3:3
Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; Tt 1:7
Introdução
Apesar das duas palavras serem diferentes, agrupei estas duas
características em um artigo só, coisa que os comentaristas também
fazem. Creio ser adequado porque o sujeito que ama o dinheiro e o que
busca lucrar desonestamente não são tão diferentes e ambos servem ao
mesmo ídolo. Aqui caem por terra todos os "televangelistas" que se autoproclamam apóstolos e arrancam dinheiro das pessoas. Esses tipos
sempre existiram na história da igreja e hoje não é diferente.
Grego
- Em 1 Timóteo αφιλαργυροζ - aphilarguros
- Em Tito μη αισξροκερδηζ - me aischrokerdes
Strongs - que não ama o dinheiro, não avarento / não ansioso pelo lucro ilegítimo, não ganancioso pelo dinheiro
Rienecker e Rogers - não amante do dinheiro,
não avarento / cobiçoso de lucro vergonhoso; isto é, alguém que lucra
desonestamente, adaptando o ensinamento aos ouvintes a fim de ganhar
dinheiro deles, ou talvez, refira-se ao engajamento em negócios escusos.
Outras Versões
Outras traduções do mesmo termo em português:
(ARA) | não avarento / nem cobiçoso de torpe ganância |
(NVI) | não apegado ao dinheiro / nem ávido por lucro desonesto |
(ARC) | não avarento / nem cobiçoso de torpe ganância |
(NTLH) | não deve amar o dinheiro / nem ganancioso |
(TB) | não cobiçoso / nem amigo de sórdidas ganâncias |
Comentários
Broadman - Era importante que os presbíteros e
diáconos não fossem amantes do dinheiro. Talvez já nos dias de Paulo, e
certamente depois, os presbíteros dirigiam as coletas e distribuição das
ofertas para os órfãos, viúvas e pobres, os prisioneiros, e assim por
diante. Os diáconos faziam a distribuição propriamente dita. Isso
dependia muito da honestidade e integridade deles, como é hoje.
D. A. Carson - Além disso, o pastor / presbítero /
bispo não é um "amante do dinheiro". Jesus Cristo prometeu a todos os
seus discípulos que teriam o bastante para as suas necessidades. Então
os líderes da igreja têm que exibir um certo desapego a essas
necessidades, porque eles estão confiando em Cristo. A pior situação
concebível na igreja local acontece quando a igreja adota a atitude:
"Deus, tu o manténs humilde e nós o mantemos pobre", e o ministro adota a
atitude, "vou arrancar cada centavo que eu puder dessa congregação
egoísta; eles não têm ideia do quanto eu faço por eles". A melhor
situação acontece quando a congregação se vê na posição privilegiada de
apoiar alguém generosamente no ministério de forma que ele fique livre
para seguir com o trabalho do ministério, e o ministro, por sua vez, não
se importa com isso - de certa forma, ele está acima de tudo isso.
Há um certo sentido profundo em que, no ministério, você não paga alguém
pelo trabalho que ele faz. Há algumas coisas que eu fiz no ministério -
alguns funerais que eu aceitei, algumas situações miseráveis em que eu
entrei - que você nunca poderia me pagar o bastante para que eu fizesse.
Na realidade, o que a igreja está fazendo é apoiar alguém de forma que
ele esteja livre para o ministério. Nesse tipo de estrutura, você não
quer vê-lo preocupado com a próxima refeição, se está vindo ou não, mas
você também não quer que ele diga: "Considerando o quanto sou importante
como líder desta igreja, vocês deveriam me pagar tanto". Em algum lugar
ao longo da linha, a combinação entre 1 Timóteo 2 e 1 Timóteo 5 é
alcançada: ele não é um amante do dinheiro, mas ele é merecedor de
"dobrada honra" - e a palavra "honra" é usada frequentemente para
"pagamento" - "merecedores de dobrados honorários os presbíteros que
presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no
ensino".
Jamieson, Fausset e Brown - (Tm) "não amante do
dinheiro" independentemente de ter muito ou pouco (Tt 1:7). (Tt) não
fazendo do Evangelho um meio de ganho (1 Tm 3:3,8). Em oposição àqueles
que "ensinam por torpe ganância" (Tt 1:11 1 Tm 6:5 1 Pe 5:2).
João Calvino - Todas as pessoas cobiçosas são
maliciosamente desejosas de ganho; porque, onde quer que a cobiça
esteja, também haverá aquela baixeza da qual o apóstolo fala. "Aquele
que deseja tornar-se também deseja tornar-se rico logo" (Juvenal). A consequência é, que todas as pessoas cobiçosas, embora isto não esteja
abertamente manifesto, aplicam suas mentes a ganhos desonestos e
ilegais. Assim sendo, ele contrasta com este defeito o desprezo pelo
dinheiro; porque não há nenhum outro remédio pelo qual possa ser
corrigido. Aquele que não suporta paciente e mansamente a pobreza nunca
escapará da doença dos recursos e da sórdida cobiça.
John Gill - não cobiçoso; ou um amante do
dinheiro de uma forma imoderada, ganancioso por coisas mundanas e
riquezas, e insaciável nos seus desejos por elas; mesquinho, sórdido e
não generoso; agindo como mercenário; buscando suas próprias coisas, e
não as de Cristo; seu ganho para si mesmo, e não para o bem das almas; e
retendo de si mesmo, da sua família, e do pobre, o que deveria ser
desfrutado por eles.
John MacArthur - Presbíteros precisam ser
motivados pelo amor a Deus e Seu povo, não pelo dinheiro (cf. 1 Pe 5:2).
Um líder que está no ministério por dinheiro revela um coração posto no
mundo, não nas coisas de Deus (Mt 6:24; 1 Jo 2:15). A cobiça
caracteriza falsos mestres (Tt 1:11; 2 Pe 2:1-3, 14; Jd 11), mas não o
ministério de Paulo (At 20:33; 1 Co 9:1-16; 2 Co 11:9; 1 Ts 2:5).
Matthew Henry - (Tm) Alguém que não é ganancioso
por lucro imundo, que não faz o seu ministério submeter-se a qualquer
desígnio ou interesse secular, que não usa modos maus, baixos e sórdidos
para ganhar dinheiro, que está morto para a riqueza deste mundo e vive
acima disso e deixa claro que é assim.
(Tt) Não dado a lucro imundo; não ganancioso por isso (cf. 1 Tm 3:3), o
que não significa recusar um retorno justo para a sua labuta, para o
seu necessário sustento e conforto; mas não fazendo do ganho o seu
primeiro ou principal fim, não entrando no ministério nem
administrando-o com vis visões mundanas. Nada é mais impróprio num
ministro, que deveria dirigir o seus próprios olhos e os de outros para
outro mundo, do que também ter uma intenção desse tipo. É chamado de
lucro imundo, por sujar a alma que é afetada desordenadamente ou que
busca sofregamente por isso, como se não fosse algo desejável somente
para usos bons e corretos.
New American Commentary - (Tm) Paulo exigiu que
o bispo não fosse "um amante do dinheiro", ele pode estar dando a dica
de que uma responsabilidade do bispo era lidar com as finanças da
congregação. Um amante do dinheiro seria mesquinho e ávido. Ele teria em
sua mente esquemas para ficar rico rápido em lugar das almas das
pessoas. Tal ganância era uma característica distintiva dos falsos
mestre em Éfeso (1 Tim 6:5-10). Um líder cristão ter a mesma enfermidade
espiritual seria uma doença fatal para a propagação da verdade.
(Tt) A característica negativa final é que o ancião não busca ganho
desonesto. Esta característica final oferece várias interpretações,
sugerindo que o ancião (1) esteja honrosamente empregado, (2) seja
absolutamente honesto em questões de dinheiro incluindo aquelas que
envolvem a igreja, ou (3) não use o seu serviço cristão como uma
oportunidade para lucro financeiro.
William MacDonald - (Tm) um bispo não deve ser
ganancioso ou avarento, ou seja, amante do dinheiro. Aqui, o destaque
está na palavra "amante". Ele deve se preocupar com a vida espiritual
das pessoas de Deus e não ter a atenção desviada pelo forte desejo de
bens materiais. (Tt) Ele não deve ser cobiçoso de torpe ganância,
insaciavelmente determinado a ficar rico, mas negligente quanto aos
meios empregados. É verdade, como disse Samuel Johnson, que "a cobiça
insensível e sem remorsos pela riqueza é a corrupção extrema do homem
degenerado". Um verdadeiro presbítero pode dizer com Paulo: "De ninguém
cobicei prata, nem ouro, nem vestes" (At 20:33).
Conclusão
Vemos que que o presbítero é alguém que pouco interesse tem por
dinheiro. O dinheiro é algo que meramente serve ao sustento dele e de
sua família e é útil para fazer o bem e levar à frente a obra do Senhor.
De resto, como Carson, Henry e até mesmo Calvino (de forma dura)
apontam é alguém desapegado de bens materiais e dinheiro e que vive
acima dessas coisas.
Homens consumistas, ostentadores, avarentos e os que têm desejo de
enriquecer estão desqualificados para servir como presbíteros.
Próximo Artigo: Inimigo de Contenda
Fonte: Bom Caminho Divulgação: Massoreticos
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