31 de outubro de 2015

Artigos: O que é o Dia Da Reforma Protestante?


O que é o Dia da Reforma? Para responder a essa pergunta, façamos outra pergunta: Quando é o Dia da Reforma? É o dia 31 de outubro. Nele, comemoramos os eventos de 31 de outubro de 1517. Naquele dia, Martinho Lutero, um monge agostiniano, pregou suas 95 teses à porta da igreja em Wittemberg, Alemanha. Ora, por que Lutero faria isso? Para responder a essa pergunta, precisamos apresentar alguns outros personagens.

Um desses personagens foi Alberto de Brandeburgo. Alberto não tinha idade para ser um bispo e, ainda assim, em 1517, já era bispo sobre duas cidades, o que era contra a lei da igreja. Além disso, ele queria ser arcebispo de Mainz. Possuir três cargos também era contra a lei da igreja, o que significava que Alberto precisava de uma dispensa papal.

Assim, o Papa Leão X entra na nossa história. Leão era da família Médici de Florença. Os Médici eram um clã proeminente de bancários e patronos das artes. Foi Leão que trouxe Michelangelo para pintar o teto da Capela Sistina no Vaticano. Alberto se reuniu com Leão para conseguir uma dispensa, e como bons homens de negócios, eles fecharam um acordo. Por dez mil ducados, Alberto poderia ter seus três bispados. Mas Alberto tinha um problema: seu dinheiro estava aplicado, em grande parte, em bens imobiliários, não em espécie; assim, eles precisavam levantar o dinheiro.

Assim, outro personagem entra: João Tetzel, o frade empreendedor. Ele vendia indulgências em nome de Alberto, e parte do dinheiro ia para ajudar Alberto a pagar o custo de se tornar arcebispo de Mainz. Tais indulgências eram fornecidas pelo papa, e não só cuidavam que pecados passados fossem perdoados, mas também os pecados futuros. Elas também permitiam que o comprador tirasse parentes do purgatório. Assim, Tetzel começou a vender essas indulgências usando um jingle: “Assim que a moeda na caixa cai, a alma do purgatório sai”.

A forma como isso se desenvolvia perturbou muito Lutero. Ele viu como essas coisas eram contrárias à doutrina da igreja na época, e observou algumas pessoas que estavam sob seu cuidado indo comprar as indulgências de Tetzel. Então, ele fez o que um estudioso podia fazer. Ele entrou em seu escritório e escreveu suas 95 teses para convocar um debate público. Ele publicou as teses em 31 de outubro.

Logo na primeira tese, ele diz o seguinte: “Quando nosso Senhor e Mestre, Jesus Cristo, disse: ‘Arrependei-vos’, Ele pretendia dizer que toda a vida do crente deve ser caracterizada por arrependimento”. É fascinante que Lutero faça referência ao chamado de Jesus às pessoas a arrependerem-se em Mateus 4.17. Há algo mais que entrou no jogo aqui, outra coisa que explica o Dia da Reforma.

Em 1516, o Novo Testamento Grego foi publicado pelo estudioso humanista Desidério Erasmo, e quando Lutero leu o Novo Testamento Grego, ele percebeu que a Vulgata Latina — por séculos, o texto oficial da igreja — estava errada. A Vulgada havia traduzido a palavra grega em questão (representada em nossa língua por “arrependei-vos”) como “fazei penitência”. Tal tradução serviu por séculos para apoiar o sistema sacramental católico romano.

O verdadeiro personagem principal do Dia da Reforma não é Lutero. É a Palavra de Deus. O que Lutero descobriu como monge foi que, por séculos, os verdadeiros ensinos da Palavra de Deus haviam sido escondidos por século após século de tradição. É disso que se trata o Dia da Reforma: abrir as cortinas e liberar o poder da Palavra de Deus e a beleza da verdade do evangelho. É por isso que celebramos o Dia da Reforma.

Análise dos Livros da Bíblia - Marcos


Marcos

AUTOR 
Marcos, o filho de Maria, de Jerusalém, At 12.12;
- Referido como João Marcos, em At 12.25;
- Parente de Barnabé, Cl 4.10;
- Uniu-se a Paulo e a Barnabé em sua primeira viagem missionária, At 12.25; 13.5;
- Afastou-se temporariamente de Paulo, At 13.13; 15.37-39; e
- Sua amizade com Paulo foi depois restaurada, 2Tm 4.11.

Antiga tradição afirma que Marcos foi um companheiro de Pedro, razão por que este livro é chamado de O Evangelho de Pedro por alguns escritores antigos.

É geralmente aceito que Pedro tenha proporcionado ou sugerido grande parte do material encontrado no livro.

DESTINATÁRIOS
Acredita-se que o escritor, ao preparar o seu livro, teve em mente os cristãos gentios.

Parece claro que não foi adaptado especialmente aos leitores judeus, pelo fato de conter poucas referências às profecias do Antigo Testamento. Ademais, a explicação de palavras e costumes judaicos indica que  o autor tinha em mente os gentios. Veja 3.17; 5.41; 7.1-4, 11, 34.

TEMA PRINCIPAL
Cristo, o incansável servo de Deus e do homem.

A vida de Jesus é descrita como sendo cheia de boas obras.

Seu tempo de oração era interrompido, cap. 1.35-37. Algumas vezes não tinha tempo nem para comer, cap. 3.20. Pelo fato de atender a contínuos chamados para o serviço, seus amigos diziam que ele estava fora de si, cap. 3.21. As pessoas o buscavam quando ele queria descançar, cap. 6.31-34.

PALAVRA-CHAVE
Imediatamente, repetida através do livro.

PARTICULARIDADES
É o mais curto dos quatro evangelhos.

O estilo é vivo e pinturesco. Grande parte do tema está também em Mateus e Lucas, mas não se trata de simples repetição, pois Marcos contém muitos detalhes que não aparecem nos outros evangelhos.

Como o Evangelho de João, Marcos também começa com uma declaração de divindade de Jesus Cristo, sem, contudo, se estender nesta doutrina.

Um cuidadoso estudo do livro revela, sem dúvida, que o objetivo do autor é o de ressaltar as obras maravilhosas de Jesus, em vez de fazer afirmações frequentes que testifiquem da sua deidade.

Muitos toques pessoais se encontram neste evangelho, como "vivia entre feras", cap. 1.13; "aos quais deu nome de Boanerges", cap. 3.17; Jesus "indignou-se", cap. 10.14; "e eles se maravilhavam", cap. 10.32; "A grande multidão o ouvia com prazer", cap. 12.37; etc.

Embora ressalte o poder divino de Cristo, o autor alude com frequência aos sentimentos humanos de Jesus: sua decepção, cap. 3.5; seu cansaço, cap. 4.38; seu assombro, cap. 6.6; seus gemidos, cap. 7.34; 8.32; seu afeto, cap. 10.21. 

Mateus olha para trás e se ocupa principalmente das profecias objetivando os leitores judeus, a dá muito espaço aos discursos de nosso Senhor.

Marcos é mais condensado. Ele diz pouco acerca das profecias a presenta um resumo dos discursos, mas enfatiza as obras poderosas de Jesus.

Os dezenove milagres registrados em seu curto livro demonstram o poder sobrenatural do Senhor.

Oito deles provam seu poder sobre as enfermidades, cap. 1.31, 41; 2.3-12; 3.1-5; 5.25; 7.32; 8.23; 10.46.

Cinco demonstram seu poder sobre a natureza, cap. 4.39; 6.41, 49; 8.8-9; 11.13-14.

Quatro demonstram sua autoridade sobre demônios, cap. 1.25; 5.1-13; 7.25-30; 9.26.

Dois demonstram sua vitória sobre a morte, cap. 5.42; 16.9. 

SINOPSE
O livro pode ser dividido em seis partes.

PARTE I
Os eventos introdutórios e preliminares que conduzem ao ministério público de Cristo, cap. 1.1-13.
Já no primeiro capítulo, Marcos se submerge abruptamente neste tema.
Começa com o anúncio de que Jesus é o Filho de Deus, v. 1.

Ele então passa às cinco etapas preparatórias de sua obra,
  1. A vinda de seu precursor, vv. 2-8;
  2. seu batismo em água. v. 9;
  3. Sua plenitude do poder do Espírito, v. 10;
  4. O testemunho divino da sua condição de filho, v. 11; e
  5. O conflito com seu arqui inimigo, vv. 12-13.
PARTE II
Seu ministério inicial na Galiléia, cap. 1.14. 

PARTE III
O ocorrido em Tiro e Sidom, cap. 7.24-30.

PARTE IV
O ensino e a obra de Cristo ao norte da Galiléia, cap. 7.31

PARTE V
O ministério final na Peréia , e a viagem a Jerusalém. cap. 10.1-52.

PARTE VI
Os acontecimentos da Semana da Paixão. cap. 11.1-16.

Fonte: Bíblia de Referência Thompson