28 de outubro de 2013

Artigos - Qualificações dos Presbíteros: Tem Domínio de Si

Qualificações dos Presbíteros: Tem Domínio de Si

Juliano Heyse

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ 10ª ] [ 11ª ] [ 12ª ] [ 13ª ] [ 14ª ] [ 15ª ] [ 16ª ] [ 17ª ] [ 18ª ] [ 19ª ] [ 20ª ] [ 21ª ] [ 22ª Final ]

antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si Tt 1:8

Introdução 

Qualificação muito parecida com temperante, de 1 Timóteo, mas a palavra é outra. Aliás, essa palavra só aparece aqui neste versículo em todo o Novo Testamento. É uma palavra que significa forte, poderoso.  

Grego
  • Em Tito εγκρατηζ - egkrates
Strongs - forte, robusto, que tem poder sobre, possuído de (algo), que domina, controla, modera, restringe, que se controla, temperado, continente.

Rienecker e Rogers - autocontrole. Significa completo auto-domínio, que controla todos os impulsos apaixonados e mantém a vontade leal à vontade de Deus.

Outras Versões

Outras traduções do mesmo termo em português:

(ARA)que tenha domínio de si
(NVI)tenha domínio próprio
(ARC)temperante
(NTLH)disciplinado
(TB)que se governe a si mesmo

Comentários

Broadman - (-)  

D. A. Carson -  (-) 

Jamieson, Fausset e Brown "Alguém que tem suas paixões, língua, mãos e olhos, sob controle" [Crisóstomo]; "continente".  

João Calvino - (-) 

John Gill no comer e beber; continente nas luxúrias da carne; e até mesmo se privando das coisas que poderiam ser usadas legitimamente, entretanto que não convém, por causa do fraco, da paz da igreja e da glória de Deus.  

John MacArthur - (-) 

Matthew Henry - vem de uma palavra que significa força e denota alguém que tem poder sobre seus apetites e afeições, ou, em coisas legítimas, pode, para bons fins, restringir-se e refrear-se.  

New American Commentary - Ele deve ser "disciplinado" (egkrate). Esta característica final também conclui a lista de frutos do Espírito de Paulo em Gal 5:23. O termo denota "poder de senhorio - sobre a si mesmo ou sobre alguma coisa". 

William MacDonald - Quanto a ele mesmo, deve ter domínio de si. É a isso que Paulo se referia em Gálatas 5:22-23: "O fruto do Espírito é (...) domínio próprio". Isso significa que a pessoa tem sob controle toda paixão e apetite para obedecer a Cristo. Embora o poder para isso possa vir apenas do Espírito Santo, deve haver disciplina e cooperação da parte do cristão.  

Conclusão

Não há muita diferença entre essa qualificação e o temperante de 1 Tm 3:2. Aparentemente Paulo usou uma palavra que é um sinônimo, mas a intenção era a mesma. O presbítero é alguém controlado, capaz de se refrear, se dominar. Como dizem Rienecker e Rogers, "significa completo auto-domínio, que controla todos os impulsos apaixonados e mantém a vontade leal à vontade de Deus". 

Próximo Artigo: Justo

Fonte: Bom Caminho  Divulgação: Massoreticos

27 de outubro de 2013

Análise dos Livros da Bíblia - Obadias

Obadias

AUTOR
Nada se sabe acerca dele.

A Profecia gira em torno de uma antiga disputa entre Edom e Israel. Os edomitas, como descendentes de Esaú, tinham má vontade para com Israel pelo fato de Jacó haver adquirido de seu irmão o direito de primogenitura, Gn 25.21-34; 27.41.

PENSAMENTO CHAVE
O versículo 10. Os edomitas não permitiram que Israel passasse pelo seu país, Nm 20.14-21. Eles se regozijaram pela tomada de Jerusalém, Sl 137.7.

SINOPSE
  • A sentença de Edom por causa de seu orgulho e de sua maldade contra Jacó, vv. 1-16.
  • A libertação do povo escolhido e a inclusão de Edom em seu reino futuro, vv. 17-21; Nm 24.18.
LIÇÃO ESPIRITUAL
O especial e providencial cuidado de Deus para com os judeus e a certeza do castigo para os que os perseguem.

Fonte: Bíblia de Referência Thompson

26 de outubro de 2013

Artigos - Dons Espirituais: Ensino

Dons Espirituais: Ensino

Mark Driscoll

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ 10º ] [ 11º ] [ 12º ] [ 13º ] [ 14º ] [ 15º ] [ 16º ] [ 17º ] [ 18º ]

"Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres;..." (1 Co 12:27-28 NVI)

"Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine;..." (Rm 12:7 NVI)

O Dom Espiritual de Ensino Definido   

O dom de ensino é a capacidade concedida por Deus de compreender e comunicar a verdade bíblica de forma clara e relevante para que haja compreensão e aplicação.

Pessoas com o Dom de Ensino

Aprender, pesquisar, comunicar e ilustrar a verdade são qualidades que um indivíduo manifestará ao exercitar o dom de ensino. Estas pessoas gostam de estudar e aprender novas informações e obtém grande alegria compartilhando isto com outros. O formato do ensino pode variar de um discipulado um a um até classes formais, estudos bíblicos informais, grandes grupos, e pregação que é uma forma de ensino.

Ensino no Ministério de Jesus

Por todos os evangelhos, Jesus era comumente chamado de Rabbi, que quer dizer "mestre." Mateus 4:23 diz que "Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando" e Mateus 7:28-29 dizem que "Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas."

Ensino nas Escrituras

Áqüila e Priscila (Atos 18:26), Paulo (Atos 19:8-10; 20:20; Colossenses 1:28; 1 Timothy 2:7), presbíteros/pastores (1 Timóteo 3:2; 5:17), Timóteo (1 Timóteo 4:11,13; 6:2), e as mulheres piedosas (Titus 2:2-4), todos demonstram o dom de ensino.

Você tem esse dom?
  • Você gosta de estudar e pesquisar? 
  • Você gosta de transmitir a verdade bíblica a outros?
  • Outras pessoas vêm até você em busca da sua perspectiva nas Escrituras?
  • Quando você ensina, as pessoas "captam"? 
  • Quando você vê pessoas confusas no entendimento da Bíblia você sente uma responsabilidade de falar a elas sobre o assunto? 
  • Você gosta de falar a grupos de vários tamanhos acerca de questões bíblicas sobre as quais você tem fortes convicções?
Fonte: Bom Caminho  Divulgação: Massoreticos 

********************

Nota do Editor: A publicação desta série não implica em plena concordância do blog massoreticos.blogspot.com.br com a opinião do autor. Creio que o assunto é controverso e não dispomos de abundantes informações nas Escrituras, principalmente a respeito das características peculiares de cada dom citado. A série é publicada aqui para reflexão e avaliação inteligente do leitor. "julgai todas as coisas, retende o que é bom;" (1 Ts 5:21 RA)   

22 de outubro de 2013

Artigos - Ciência e cristianismo são compatíveis?

Ciência e cristianismo são compatíveis?

O ateu Richard Dawkins da Oxford e o líder geneticista Francis Collins debateram este tema de Deus versus Ciência em um artigo da revista Time.[1] A questão foi se as crenças na Ciência e em Deus eram compatíveis.

Dawkins, autor de Deus, um Delírio, argumenta que a crença em Deus é insignificante perante as novas descobertas científicas. Collins, um cristão que liderou 2400 cientistas no mapeamento do código genético humano, tem uma visão diferente e diz que crer ao mesmo tempo em Deus e na ciência é totalmente sensato.

Apesar de a Bíblia claramente declarar que Deus criou o universo, ele não revela nada sobre como Ele fez isto. Contudo ela indica que Deus é racional e influenciou de maneira profunda e pessoal cientistas como Copérnico, Galileu, Pascal e Faraday.  Suas crenças de que o mundo foi criado por um Deus sensato lhes deu confiança na observação e experimentação científica.

Como cristãos, esses cientistas acreditavam em um Criador onipotente e onisciente que, apesar de não estar limitado pelas leis da natureza, escolheu usá-las no universo. Esses homens e mulheres brilhantes eram fascinados pelo mundo à nossa volta e buscaram descobrir os mistérios por trás do que reconheciam como a criação de Deus.

Jesus e a Criação

As testemunhas oculares de Jesus contam que ele demonstrava continuamente poder criativo sobre as leis da natureza. O Novo Testamento nos diz que antes de Jesus tornar-se um homem, ele possuía uma existência eterna como o Pai nos céus. De fato, o autor de Hebreus e os apóstolos João e Paulo escrevem de Jesus como o Criador. Paulo diz aos Colossenses:
“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.” Colossenses 1:15-17 NVI
Quando Paulo disse que “ele [Jesus ] é antes de todas as coisas”, ele fez uma declaração que não possuía embasamento científico na época. De fato, os cientistas achavam que a matéria sempre havia existido em uma forma ou outra.

Os materialistas argumentavam que se a matéria sempre existiu, nunca houve uma criação. E isso levou o ateu Carl Sagan a declarar na TV internacional que “o cosmos é tudo o que jamais existiu ou existirá”.[2]

A visão materialista do mundo de Sagan e a visão cristã do mundo não podem ambas estar certas. A questão é: a ciência esclareceu nossas origens? Então, em quem devemos acreditar? E foi esta a questão enfrentada pelo jovem Jeff Smith de apenas dezessete anos.

Jeff estava confuso. No acampamento ele ouviu que Jesus Cristo oferece perdão pelos pecados e vida eterna. Além disso, ele descobriu que Jesus nos projetou para ter uma vida com significado, propósito e esperança. Pela primeira vez na vida Jeff sentiu como se entendesse o porquê de estar aqui na Terra. Ele queria perdão para seus pecados, queria que sua vida tivesse significado e propósito.

Mas Jeff lutava intelectualmente. Ele queria acreditar que Jesus era real, mas ele amava a ciência. Ele pensava “será que é possível acreditar tanto na criação quanto na ciência?”.

Para Jeff e outros que querem acreditar tanto em Deus quanto na ciência, temos boas notícias. Nas últimas décadas, um crescente número de cientistas líderes falaram publicamente sobre incríveis novas evidências que suporta a visão bíblica da criação. E muitos desses cientistas não possuem fé pessoal em Deus.  

Então, qual é esta evidência que fez com que tantos cientistas repentinamente falassem de um Criador? Para responder a essas questões precisamos abordar as descobertas recentes da astronomia e biologia molecular, deixando que as evidências falem por si mesmo. [Para um estudo mais aprofundado, leia os artigos em www.y-Origins.com]

Início único

Ao longo de toda a história da humanidade, o homem observou com admiração as estrelas, perguntando-se o que eram e como chegaram até lá. Apesar de em uma noite clara serem visíveis apenas cerca de 6 mil estrelas, trilhões delas espalham-se por bilhões de galáxias.

Contudo, antes do século 20, muitos cientistas acreditavam que nossa galáxia Via Láctea fosse o universo completo, e que existiam apenas certa de 100 milhões de estrelas. O ponto de vista que prevalecia mesmo na época é que nosso universo material sempre existiu.

19 de outubro de 2013

Artigos - Qualificações dos Presbíteros: Não Neófito

Qualificações dos Presbíteros: Não Neófito

Juliano Heyse

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ 10ª ] [ 11ª ] [ 12ª ] [ 13ª ] [ 14ª ] [ 15ª ] [ 16ª ] [ 17ª ] [ 18ª ] [ 19ª ] [ 20ª ] [ 21ª ] [ 22ª Final ]

não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. 1 Tm 3:6

Introdução

Esta é mais uma qualificação que só aparece na lista de Timóteo. Aparentemente, não faria sentido querer convertidos antigos nas igrejas de Creta (da carta de Tito) porque estas eram todas igrejas muito novas. Aparentemente a utilização de presbíteros novos na fé é algo que chegou a ser feito circunstancialmente (At 14:23), mas não é o ideal do Senhor. Presbíteros devem ser homens relativamente maduros na fé.  

Grego
  • Em 1 Timóteo νεοφυτοζ - neophutos
Strongs - recentemente plantado, recém convertido, neófito (alguém que tenha recentemente se tornado um Cristão)

Rienecker e Rogers - recém-plantado, novo convertido, neófito

Outras Versões

Outras traduções do mesmo termo em português:

 (ARA)não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo.
(NVI)Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o Diabo.
(ARC)não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
(NTLH)O bispo não deve ser alguém convertido há pouco tempo; se for, ele ficará cheio de orgulho e será condenado como o Diabo foi.
(TB)não neófito, para que não suceda que, inchado de soberba, caia na condenação do Diabo.

Comentários

Broadman - Uma pessoa que tem tamanha responsabilidade como a de administrar uma igreja não pode ser um novo convertido. Em outro lugar (5:22) Paulo alerta Timóteo contra ordenações precipitadas. (...) A igreja em Éfeso já devia ter mais de dez anos na época que Paulo escreveu. Ele não fez essa mesma exigência para Creta, que era supostamente uma nova missão. O perigo em um neófito, Paulo assevera, é que a coisa pode "subir à cabeça". O resultado seria que ele cairia na condenação do diabo. Essa frase difícil pode significar (1) que ele sofrerá o mesmo julgamento que o diabo sofreu quando ele se encheu de arrogância, isto é, expulsão do céu, ou (2) que ele será posto nas mãos do diabo para julgamento como ocorreu com Jó, ou (3) que ele está criticado por um caluniador, outro significado da palavra diabo. Favorecer a segunda posição é o sentido mais claro da próxima sentença (v. 7). A terceira interpretação é improvável no contexto.  

D. A. Carson - Somos informados no verso seis, que ele "não deve ser neófito", para que não seja inchado com orgulho, fazendo com que a queda dele seja ainda maior. Promoção rápida, normalmente, significa desastre; ele cai sob a mesma condenação que o diabo; já que este elevou-se a si mesmo em orgulho contra Deus. Mas esta é, não obstante, uma categoria relativa. Por exemplo, no livro de Atos, Paulo sai pelo que hoje é o sul da Turquia e planta várias igrejas lá, e então, no retorno, ele designa presbíteros em cada lugar. Não há como esses cristãos terem sido crentes por mais que alguns meses; isso é o que a cronologia exige quando Paulo designa presbíteros em cada lugar. Seria impróprio designar tais pessoas como presbíteros na Igreja Batista Capitol Hill. Essa igreja é formada, em parte, por cristãos que são crentes há muito tempo, com muita experiência. 

Eu fui criado no Canadá francês, e durante os anos difíceis, tão recentes quanto 1972, em uma população de 6,5 milhões de pessoas, havia um total de cerca de trinta e cinco igrejas evangélicas. Apenas uma ou duas delas tinham mais de trinta ou quarenta pessoas em uma manhã de domingo. Eram trabalhos pequenos, principalmente apoiados por dólares canadenses ingleses. Então, entre 1972 e 1980, essas trinta e cinco igrejas cresceram para aproximadamente quinhentas - em oito anos. Algumas dessas igrejas tinham centenas de pessoas. Eu fui pregar em uma igreja no Canadá francês e descobri que não havia uma única pessoa no local que tinha sido cristão por mais de dezoito meses. Nesse tipo de situação, os presbíteros eram as pessoas que tinham sido cristãos durante dezesseis ou dezoito meses, porque eles eram mais velhos no Senhor do que qualquer outra pessoa na igreja. Assim, naquele tipo de expansão missionária, "não neófito" significa algo relativamente diferente do que significa em uma igreja estabelecida há tempo. Ainda assim, "não neófito" é um princípio importante, mesmo que tenha que ser aplicado de diversas maneiras.  

Jamieson, Fausset e Brown - a pessoa recém-convertida. Isso prova que a igreja de Éfeso já estava agora estabelecida há algum tempo. A ausência desta regra na Epístola a Tito, está de acordo com a plantação recente da igreja em Creta. Grego - "neófito", literalmente: "uma planta jovem"; exuberantemente verde (Rm 6:5; 11:17; 1 Co 3:6). O jovem convertido ainda não foi disciplinado e amadurecido por aflições e tentações. Contraste com At 21:16, "velho discípulo". 

João Calvino - Não um noviço. Havia muitos homens de habilidade e erudição distintos que foram trazidos à fé naquele tempo. Paulo proíbe que tais pessoas sejam admitidas ao ofício de bispo assim que eles fizessem uma profissão do cristianismo. E ele indica quão grande seria o perigo; pois é evidente que eles são geralmente vãos, e cheios de ostentação, e, em conseqüência disso, arrogância e ambição os dirigirão apressadamente. O que Paulo diz nós experimentamos: porque "noviços" não só tem fervor impetuoso e ousadia corajosa, mas também são cheios de uma confiança tola, como se eles pudessem voar além das nuvens. Por conseguinte, não é sem razão que eles estão excluídos da honra de um bispado, até que, no decorrer do tempo o temperamento orgulhoso deles seja subjugado.  

17 de outubro de 2013

Artigos - O QUE SE ESPERA DA IGREJA DE CRISTO

Na atualidade, o grupo ao qual chamamos de igreja, tem sido duramente criticado. Até aí não encontramos novidade, pois a comunidade cristã sempre foi alvo de críticas. O que precisamos refletir, entretanto, é se somos ou não culpados daquilo que nos acusam. Essa autoanálise, inclusive, deveria ocorrer com frequência, pois, como afirma o apóstolo Paulo [...] “se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados” (1Co 11.31). Contudo, essa é uma tarefa que não gostamos de realizar, preferimos apontar os erros dos outros que reconhecer os nossos. Por isso, a fim de corrigir essa visão e refletir sobre aspectos que precisam ser revistos, destacaremos, com base no texto de Atos 3.1-10, alguns pontos que nós, como igreja do Senhor, precisamos, com urgência, por em prática. 

Pois bem. Conquanto inúmeras mensagens sobre o texto em pauta salientem as características de Pedro, João, do coxo, e, alguns, preguem até acerca da porta Formosa, quero, primeiramente, salientar a relevância da atitude daqueles que transportavam o coxo. Segundo o texto, havia mais de uma pessoa que ajudava aquele homem: “e era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam” (At 3.2). Sem dúvida, o escritor não teria utilizado um termo plural se estivesse se referindo a um indivíduo. Ainda que, a princípio, pareça um detalhe sem importância, o caráter coletivo da ajuda prestada se reveste de singularidade quando observamos o contexto. Uma vez que, naquela época, os enfermos eram considerados impuros, tocá-los significava contaminar-se com sua impureza. Ao se tornar impuro, o indivíduo não poderia adentrar o templo sem antes cumprir o tempo e observar os ritos necessários à purificação. Assim, tal como o coxo, seus benfeitores ficavam privados de adentrar o santuário. Isto é, aqueles homens abriram mão do exercício diário de sua fé simplesmente para ajudar um necessitado. Mesmo sem serem cristãos, nos dão um tremendo exemplo do que é, de fato, amar o próximo. 

O judeu da época costumava ir ao templo para oração três vezes ao dia, nas horas terceira (09:00h), sexta (12:00h) e nona (15:00h). Muitos passavam por aquele homem, sobretudo os fariseus, e davam-lhe esmolas. No entanto, ninguém ousava tocá-lo, nem ao menos olhavam para ele. O homem já fazia parte da paisagem. Ele era necessário para que a justiça farisaica fosse evidenciada. Por conta disso, a maioria preferia fazer a manutenção de sua condição de pedinte. Ninguém lhe dava ou fazia o suficiente para tirar-lhe daquela situação. Não era interessante. Ele era apenas um instrumento para reafirmação da santidade farisaica. Uma multidão ia e voltava das reuniões de oração no templo, um lugar onde era pregado o amor, mas, infelizmente, não vivia esse amor. Somente um grupo de anônimos foi capaz de desistir dessa santidade aparente e abraçar a causa de Deus. Para eles, o coxo não era apenas “o outro”, ele era “o próximo”. Alguém tão carente da Graça de Deus quanto eles. Ainda que não fossem cultuar, faziam exatamente o que Jesus mandava. 

Não há como não refletir diante dessa cena. Não há como não nos questionarmos: a que grupo pertencemos? Àquele que sustenta uma religiosidade egoísta e ritualista, ou ao grupo que é capaz de negar a si mesmo para ajudar o próximo? Será que estamos dispostos a gastarmos tempo com as pessoas? A tratá-las com amor? Será que participar de um culto se tornou um fim em si mesmo? Será que, por se multiplicar a iniquidade, nosso amor se esfriou (Mt 24.12)? Gostamos de usar esse prognóstico de Jesus para falarmos dos outros, mas penso que muitos de nós estamos enquadrados nele.

12 de outubro de 2013

Análise dos Livros da Bíblia - Amós


Amós

AUTOR
I - Seu nome significa "carga", ou "carregador".
II - Era um cidadão de Tecoa, na tribo de Judá.

III - Foi boiadeiro e recolhedor de figos silvestres, cap. 7.14.

IV - Sua Chamada, cap. 7.15.

V - A intenção de fazê-lo calar, cap. 7.10-13.

DATA
Profetizou durante os reinados de Jeroboão II em Israel, e Uzias em Judá.

ESTILO
Simples, porém pinturesco.

O livro possui muitas metáforas chocantes.
Ilustrações:
a) A fadiga da misericórdia de Deus para com os pecadores comparada a um carro sobrecarregado, cap. 2.13;
b) A pressão do dever do profeta comparada ao rugir do leão, cap. 3.8;
c) O escape difícil do remanescente de Israel comparado ao pastor que livra da boca do leão duas pernas ou a ponta de uma orelha, cap. 3.12; e
d) A escassez da Palavra de Deus comparada a um homem no mundo natural, cap. 8.11-12.

Amós como profeta, em muitos sentidos foi como Cristo.
  1. Em sua ocupação, um trabalhador, cap. 7.14;
  2. Em sua humildade, reconheceu sua origem humilde, cap. 7.15;
  3. Em seu método de ensino por meio de ilustrações;
  4. Ao afirmar sua inspiração divina. "Assim diz o Senhor", ocorre quarenta (40) vezes em sua profecia;
  5. Ao ser acusado de traição, cap. 7.10; Jo 19.12;
  6. Na pressão do dever que estava sobre ele, cap. 3.8; Jo 9.4; e
  7. Ao denunciar o egoísmo dos ricos, cap. 6.4-6; Lc 12.15-21.
SINOPSE
I - Os juízos vindouros sobre as nações vizinhas, cap. 1.3-15; 2.1-3;

II - Discursos ameaçadores
  • Contra Judá, cap. 2.4-5; e
  • Contra Israel, cap. 2.6-16.
III - O chamado de Israel para que busque a Deus com sinceridade, cap. 5

IV - A condenação da vida na opulência, cap. 6.4-14

V - Uma série de cinco visões
  1. A visão dos gafanhotos, cap. 7.1-3;
  2. A visão do fogo, cap. 7.4-5;
  3. A visão do prumo, cap. 7.7-9;
  4. A visão de um cesto de frutos de verão, cap. 8.1-3; e
  5. A visão de um santuário derrubado, cap. 9.1-10.
VI - As visões são interrompidas pela intenção de intimidar o profeta, cap. 7.10-13

VII - A predição da dispersão e da restauração de Israel, cap. 9.9-15

Fonte: Bíblia de Referência Thompson

11 de outubro de 2013

Cursos - Inglês Fisk

Escolha um link e faça o download! Então aprenda inglês sem sair de casa! Aulas em mp3 com pronúncia e explicação. É só sentar e ouvir as aulas pela ordem. Facilidade e aprendizado.

10 de outubro de 2013

Artigos - Dons Espirituais: Apóstolos

Dons Espirituais: Apóstolos

Mark Driscoll

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ 10º ] [ 11º ] [ 12º ] [ 13º ] [ 14º ] [ 15º ] [ 16º ] [ 17º ] [ 18º ]

"Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo. Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos..." (1 Co 12:27-28 NVI)

"E ele designou alguns para apóstolos..." (Ef 4:11 NVI)

O Dom Espiritual de Apóstolo Definido   

Há muita confusão sobre o dom espiritual de apostolado porque muitas vezes há uma falha em distinguir o ofício de apóstolo do dom de apóstolo. O ofício de apóstolo refere-se aos doze escolhidos por Jesus (p.ex., Mateus 10:1; 19:28; 20:17; Marcos 3:13-19; 6:7; 9:35; 10:32; Lucas 6:12-16; 8:1; 9:1; 22:19-30; João 6:70-71; Apocalipse 21:14). Os requisitos para o ofício de apóstolo incluem ser uma testemunha ocular da vida e ressurreição de Jesus (Atos 1:21-26). Outro requisito é o poder miraculoso (Atos 2:43; 5:12; 8:18; 2 Coríntios 12:12; Hebreus 2:4). Portanto, apóstolos não existem hoje (p.ex., escrevendo livros da Bíblia), embora a função do seu ofício permanece existindo em um sentido restrito.

Apostolado em um Sentido Secundário

Por exemplo, apostolado em um sentido secundário aplica-se a pessoas como Barnabé (Atos 14:3-4, 14), Apolo e Sóstenes (1 Coríntios 4:6-9), Andrônico e Júnias (Romanos 16:7), Tiago (Gálatas 1:19), e Silas e Timóteo (1 Tessalonicenses 1:1; 2:6). Eles, como os apóstolos hoje, eram indivíduos capacitados enviados de um lugar para outro para iniciar e estabelecer igrejas locais (Atos 13:3-4). Este dom também inclui a capacidade de ministrar de forma transcultural (Atos 10:34-35; Efésios 3:7-8). Nos dias de hoje, plantadores de igreja e missionários estão operando na esfera do seu dom de apostolado, bem como líderes cristãos que Deus levanta para liderar e influenciar múltiplas igrejas e pastores.

Pessoas com o Dom de Apostolado

Estas pessoas muitas vezes têm um bom número de dons, tais como evangelismo, ensino, liderança, fé e exortação e são motivadas por novas e difíceis tarefas.

Apostolado nas Escrituras

Hebreus 3:1 afirma: "Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus." Jesus também edifica a igreja (Mateus 16:18; Hebreus 3:1-6). Ele é a principal pedra angular da igreja, na qual o fundamento dos profetas e apóstolos é posta (Efésios 2:20), e sobre a qual Ele governa como Supremo Pastor (1 Pedro 5:4). Paulo é outro exemplo (Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Colossenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, e Tito, todos começam com Paulo anunciando a si mesmo como um apóstolo). Também, uma leitura de Atos indica que Paulo servia de forma transcultural e plantava igrejas. Pedro também detinha o ofício de apóstolo (Gálatas 2:8; 1 Pedro 1:1). 

Erros Comuns quanto a Apóstolos 

Líderes de seitas e falsos mestres afirmam ter autoridade que é, na prática, igual a das Escrituras porque eles são como aqueles apóstolos que escreveram a Bíblia. Mas essas pessoas são falsos apóstolos (2 Coríntios 11:13; Apocalipse 2:2) e "super-apóstolos" auto-iludidos (2 Coríntios 11:5, 13; 12:11).

Você tem esse dom?
  • Você consegue ministrar transculturalmente de forma efetiva? 
  • Você foi chamado e qualificado para plantar uma igreja?
  • Pode começar uma igreja do nada?
  • Você é um empreendedor? 
  • Deus te deu liderança e influência sobre múltiplas igrejas como um líder de um movimento? 
  • Você consegue desbravar um ministério onde outros falharam?
Fonte: Bom Caminho  Divulgação: Massoreticos 

********************

Nota do Editor: A publicação desta série não implica em plena concordância do blog massoreticos.blogspot.com.br com a opinião do autor. Creio que o assunto é controverso e não dispomos de abundantes informações nas Escrituras, principalmente a respeito das características peculiares de cada dom citado. A série é publicada aqui para reflexão e avaliação inteligente do leitor. "julgai todas as coisas, retende o que é bom;" (1 Ts 5:21 RA)     

7 de outubro de 2013

Artigos - Qualificações dos Presbíteros: Bom Testemunho dos de Fora

Qualificações dos Presbíteros: Bom Testemunho dos de Fora

Juliano Heyse

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ 10ª ] [ 11ª ] [ 12ª ] [ 13ª ] [ 14ª ] [ 15ª ] [ 16ª ] [ 17ª ] [ 18ª ] [ 19ª ] [ 20ª ] [ 21ª ] [ 22ª Final ]

Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo. 1 Tm 3:7

Introdução 

Esta qualificação só aparece na lista de Timóteo e está ligada ao testemunho do presbítero. Não há muito o que comentar aqui. A qualificação é praticamente autoexplicativa.  

Grego
  • Em 1 Timóteo testemunho - μαρτυρια - marturia / de fora - εξοτθεν - exothen
Strongs - testemunho - o que alguém testifica, testemunho / de fora - de fora, exterior.

Rienecker e Rogers - de fora - de fora, um termo para incrédulos (v. 1 Ts 4:12; Cl 4:5)

Outras Versões

Outras traduções do mesmo termo em português:

(ARA)tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo
(NVI)ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do Diabo
(ARC)tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo
(NTLH)seja respeitado pelos de fora da Igreja, para que não fique desmoralizado e não caia na armadilha do Diabo
(TB)tenha bom testemunho dos que são de fora, para que não caia no opróbrio e no laço do Diabo

Comentários

Broadman - A missão da igreja depende da boa reputação dos seus membros, especialmente seus líderes. Uma reputação ruim deixa o líder à mercê do opróbrio e laço do diabo.  

D. A. Carson (-) 

Jamieson, Fausset e Brown - daqueles gentios ainda não convertidos ao redor (1 Co 5:12 Col 4:5 1 Ts 4:12), para que eles possam ser o mais prontamente ganhos para o Evangelho (1 Pe 2:12), e que o nome de Cristo possa ser glorificado. Nem mesmo a vida pregressa de um bispo deveria estar aberta a repreensão. 

João Calvino - Isto parece ser muito difícil, para que um homem religioso deva ter, como testemunhas da integridade dele, infiéis que estão furiosamente loucos para contar mentiras contra nós. Mas o que o apóstolo quer dizer que, tanto quanto se pode verificar em relação ao comportamento externo, até mesmo os incrédulos são constrangidos a reconhecer que ele é um bom homem; Já que, embora eles infundadamente caluniem todos os filhos de Deus, contudo eles não podem declarar que é um homem mau aquele que conduz uma vida boa e inofensiva no meio deles. Tal é o reconhecimento de retidão que Paulo aqui descreve. 

John Gill - Quer dizer, "fora da igreja", como está na versão arábica; para que homens maus, apesar de não gostarem dos princípios e profissão de ministros piedosos e menosprezarem o ofício deles, não possam senão falar bem da vida e conversação decente deles. E esta parte do caráter deles é necessária para que possam convidar as pessoas a ouvi-los e recomendar o ministério deles para elas. (...) para que não caia em opróbrio, na repreensão de homens, não só do mundo, mas dos que professam a religião, que podem ser hábeis em censurá-lo por seus pecados passados, especialmente aqueles que podem cair sob as censuras dele, advertências e reprovações que por este meio se tornarão em grande medida inúteis e ineficazes.  

John MacArthur - Um líder na igreja deve ter uma reputação incontestável na comunidade não crente, mesmo que as pessoas ali discordem com suas posições morais e teológicas. Como ele poderia ter um impacto espiritual naqueles que não o respeitam? Cf. Mt 5:48; Fp 2:15. 

6 de outubro de 2013

Análise dos Livros da Bíblia - Joel

AUTOR
Joel, um profeta de Judá. Muito pouco se sabe acerca dele, cap. 1.1.

NOME
Significa "O Senhor é Deus".

DATA
Indeterminada

ESTILO
Elevado. O livro está escrito de maneira enérgica e elegante.

PENSAMENTO CHAVE
O arrependimento nacional e suas bênçãos.

MARCO HISTÓRICO
Uma praga de gafanhotos e uma seca severa. Vistas como castigos pelos pecados do povo. A praga foi uma profecia das invasões vindouras dos exércitos dos inimigos de Judá.

FRASE CHAVE
O dia do Senhor, cap. 1.15; 2.1, 11, 31; 3.14.

O DIA DO SENHOR
I - Um tempo de juízos sobre o povo por causa de seus pecados
  • A praga de gafanhotos, cap. 1.4-9;
  • A seca severa, cap. 1.10-20; e
  • A invasão dos inimigos, cap. 2.1-10.
II - Chamados ao arrependimento e à oração, cap. 2.12-17
III - Promessas de libertação futura, cap. 2.18-20
IV - Será uma época de grande bênção
  • Na natureza, copiosas chuvas garantirão abundantes colheitas, cap. 2.23-24; e
  • O derramamento do Espírito Santo promoverá um grande avivamento, cap. 2.28-32; Atos 2
V - No vale de Josafá
  • As nações gentílicas serão julgadas, cap. 3.1-16; e
  • Sião receberá uma bênção gloriosa, cap. 3.1721
PORÇÕES SELETAS
I - O arrependimento de todo o coração, cap. 2.12-17; e
II - Promessas do derramamento do Espírito nos últimos dias, cap. 2.28-32

Fonte: Bíblia de Referência Thompson