30 de junho de 2018

Série: Aprenda a evangelizar com Paulo (1/13)


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Bem-vindos à nova série de postagem “Aprenda a evangelizar com o apóstolo Paulo”. Ela foi adaptada do eBook “Transtornando o Mundo” de John Crotts, disponível para download gratuito.


Paulo e seus companheiros não chegaram a Tessalônica logo após um cruzeiro pelo Caribe. Ele também não voltava de uma turnê de autógrafos de seu novo livro. Em sua primeira carta à igreja nascida durante seu tempo em Tessalônica, ele escreveu: “Mas, apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como é do vosso conhecimento, tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta (1 Tessalonicenses 2:2).

Paulo, sem dúvida, chegava à cidade de Tessalônica ainda sentindo as dores do espancamento e do tempo na prisão em Filipos. A despeito da dificuldade da obra em Filipos, e da crescente oposição em Tessalônica, ele falou ousadamente de Jesus mais uma vez.

Será que o Espírito Santo estava supercapacitando, iluminando e confortando Paulo, de forma que o seu exemplo se torna inútil para cristãos normais, como você e eu? De forma alguma. É fato que Paulo era um apóstolo de Jesus. Pode ser que ele tenha recebido uma medida maior do poder do Espírito Santo para o ministério. Mas, quando vemos a forma como ele apelava às igrejas por suas orações, parece que Paulo tinha um familiar senso de inadequação pessoal. Ele implorou aos efésios que estivessem “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito.

… e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo. (Efésios 6:18-20)

Aos Colossenses, ele escreveu que não se envergonhava em pedir pela intercessão deles:

Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado; para que eu o manifeste, como devo fazer. (Colossenses 4:2-4)

E qual era a mensagem de Paulo? As mesmas boas novas que você e eu somos instados a proclamar na comissão de Cristo; que foi primeiro para os apóstolos e, então, para todos os crentes até o fim dos tempos (Mateus 28:18-20). Paulo é fortemente motivado pelo mesmo evangelho, o mesmo chamado e os mesmos recursos que você e eu compartilhamos. Certa vez, ele disse: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Seu exemplo audacioso, em meio à grande hostilidade ao evangelho, deveria encorajar nosso fraco coração a agir em nossas próprias esferas da vida.

A estratégia de Paulo
Conquanto fosse muito simples sugerir que Paulo tinha uma fórmula infalível, que ele usava para alcançar cada nova cidade para Jesus, o registro de Lucas revela um amplo conjunto de atividades comuns que certamente podem ser chamadas de “uma estratégia”. Não é como se Paulo tivesse simplesmente tropeçado em uma sinagoga em Tessalônica – era seu costume procurar por elas (Atos 17:2). O estrategista em plantação de igreja Jim Elliff identificou os principais pontos da abordagem de cinco passos de Paulo, em Tessalônica e nas outras cidades que ele visitou.¹

1. Encontre a Sinagoga.
Tendo passado por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus. (Atos 17:1)

Ao sair de Filipos, o “time de Paulo” utilizou a grande estrada romana, Via Egnatia, que ligava a Itália à Ásia, indo pelo sudoeste. Lucas apontou as principais cidades por onde eles passaram em sua jornada. Anfípolis ficava a aproximadamente 53km de Filipos. Apolônia se localizava mais 48km adiante pela estrada. Após mais 56km e, sem dúvida, muitas paradas para descansar, eles passaram pela placa de “Bem-vindo à Tessalônica”.

Não há registros de qualquer ministério naquelas cidades ao longo do caminho. Ele simplesmente ia “passando” por elas. O motivo para isso pode ter sido a falta de sinagogas naquelas cidades, mas a Bíblia não nos dá as razões. Ao menos, podemos dizer que aquelas cidades eram meros pontos de parada em seu caminho para o destino principal.

Tessalônica era a capital da província romana da Macedônia. Era uma cidade importante, bem no porto, na extremidade do Golfo de Salönica. Toda a rota de comércio da Via Egnatia passava diretamente pela cidade. Roma tornou Tessalônica uma cidade livre em 42 a.C., de forma que ela se autogovernava com base muito mais em um padrão grego, do que romano.²

Houve muitas oportunidades para o evangelho diante de Paulo e seus amigos.

A cidade possuía um número significativo de homens judeus, suficiente para que eles formassem uma sinagoga. Paulo a encontrou, e começou a frequentá-la imediatamente.

____

¹ - Jim Elliff é presidente da Christian Communicators Worldwide [Comunicadores Cristãos Mundiais]. Estes pensamentos foram expressos em uma conferência do F.I.R.E, em Sharpsburg, GA em 2005.

² - cf. John Stott, A Mensagem de Atos (São Paulo, SP: ABU Editora, 1994), e I. Howard Marshall, Tyndale New Testament Commentaries: Acts [Comentários do Novo Testamento Tyndale: Atos] (Grand Rapids, MI: Eerdmans Publishing Co., 1980), 276. Estou em grande débito com muitos eruditos por me ajudarem a compreender e comunicar o significado desta gloriosa passagem em seu contexto histórico. Embora eu tenha procurado citar todas as minhas fontes, é possível que alguns de seus pensamentos tenham entrado involuntariamente neste livro sem qualquer notação. Os comentários mais proveitosos que eu usei foram os de John Stott, I. Howard Marshall, Homer Kent, F. F. Bruce, Kent Hughes e John Polhill. A citação completa de cada uma dessas obras aparece ao longo das notas.

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