30 de agosto de 2015

Artigos: Os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos - Descobrindo a Plenitude dos Mandamentos de Deus

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6º - Não Matarás


A Bíblia começa com o Deus vivo criando coisas vivas. Todas as coisas são dele, por ele e para ele (Romanos 11.36). Tudo na vida deve sua existência a ele. Ele anima todas as coisas. Em resumo, ele é o Deus da vida, um Deus que é vivo e que gera coisas vivas. Mesmo quando o diabo tentou frustrar o seu espetáculo vivo, introduzindo a morte – espiritual e física –, Deus a sobrepujou por meio de Jesus. Nele estava a vida (João 1.4) e essa vida era como o alvorecer de um novo dia trazendo luz para todos os homens e dissipando as trevas do maligno (1 João 2.8). Em Jesus e por sua poderosa ressurreição à vida, Deus está soprando nova vida num mundo tenebroso e caído (2 Coríntios 5.17).

Tudo isso está por trás das duas palavras e seis consoantes do texto hebraico de Êxodo 20.13. Ele foi redigido de forma tão simples quanto em nossa Bíblia em português e com notável brevidade: “Não matarás”. Das três palavras hebraicas usadas na Escritura Sagrada para descrever a perda da vida, a que está em Êxodo 20.13 é a mais raramente usada e é muito mais específica. Normalmente, embora nem sempre, é usada em referência ao que chamamos “homicídio”. Homicídio não é meramente o ato de tirar a vida de alguém, mas de tirar a vida de alguém injustamente. Isso, é claro, significa que nem todo ato de matar é proibido. Há casos como a legítima defesa, a guerra justa, a pena de morte e outros, nos quais tirar uma vida não é apenas permitido, mas exigido.

Tirar injustamente uma vida é fazer o trabalho do diabo. É introduzir a morte em um lugar ao qual ela não pertence. É agir contrariamente ao modo como Deus opera.

Falando da obra de Deus, esse mandamento também nos guia positivamente. Não apenas nós não devemos tirar a vida de alguém injustamente, mas também devemos labutar com Deus pela preservação, proteção e promoção da vida. O Breve Catecismo de Westminster, P&R 68, põe da seguinte forma: “Que exige o sexto mandamento? O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes”. Do mesmo modo, João Calvino enfatiza esse ponto aos seus leitores naInstituição da religião cristã:

Se está em nossas mãos o auxílio para conservar a vida do próximo, somos obrigados a empregá-lo fielmente, a procurar o que for para a tranquilidade dele, a vigiar para debelar o que é prejudicial; se ele estiver em perigo, a estender a mão em auxílio.[1]

Porque Deus é o Deus da vida e porque somos os seus filhos e aqueles que andam do modo como ele anda (1 João 2.6), nós somos necessariamente aqueles que trabalham pela preservação, proteção e promoção da vida. Esse mandamento, então, está profundamente arraigado na natureza divina.

Ele está, contudo, arraigado também na natureza humana. A humanidade é por natureza feita à imagem de Deus. Os homens refletem a Deus de modos que animais e plantas não fazem. Portanto, eles merecem maior grau de respeito e até de reverência do que tudo o mais na criação. A vida de um ser humano não deve ser tirada de modo vão ou fútil.

Uma vez que os homens são criados à imagem de Deus, nós somos, em um sentido bastante amplo e geral, membros de uma única família pactuados uns com os outros. “o homem tanto é a imagem de Deus como é a nossa carne. […] a não ser que se queira despojar a humanidade, devemos favorecê-lo [o homem] como a própria carne” (Calvino).[2] Tirar injustamente a vida de um membro da nossa comunidade é, de certo modo, apagar uma pequena parte de nós mesmos; é como tirar a vida de um membro da nossa própria família.

De modo ainda mais profundo, Jesus apela a esse mandamento e nos ensina que ele diz respeito não apenas a restringir nossas mãos, mas também a restringir nossos corações.

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo (Mateus 5.21-22).

É na mente e no coração que o homicídio é concebido. “Veja se é possível nos irarmos contra o irmão sem ardermos por um desejo prejudicial” (Calvino).[3] Seguir esse mandamento é viver na paz e na alegria da unidade e da reconciliação.

Nós não podemos sequer pensar em tirar a vida de alguém injustamente sem pensarmos em Cristo, cuja vida foi perdida nas mãos de homens ímpios e injustos. A exigência de preservar, proteger e promover a vida foi completamente esquecida enquanto eles crucificavam o nosso Salvador. Contudo, Deus estava operando ali, satisfazendo a sua ira contra o pecado e preservando sua justiça ao perdoar pecadores homicidas como nós, que injustamente tiramos a vida de outros com nossas palavras, em nossos corações e por nossas mãos. E é essa graça que nos motiva a sermos um povo da vida, trabalhando com toda a força que há em nós para preservar, proteger e promover a vida, para a glória de Deus.

[1] N.T.: João Calvino. A instituição da religião cristã. Tomo I. Trad. Carlos Eduardo de Oliveira. São Paulo: UNESP, 2008, p. 382 (II, VIII, 39).

[2] N.T.: João Calvino. A instituição da religião cristã. Tomo I. Trad. Carlos Eduardo de Oliveira. São Paulo: UNESP, 2008, p. 383 (II, VIII, 40).

[3] N.T.: João Calvino. A instituição da religião cristã. Tomo I. Trad. Carlos Eduardo de Oliveira. São Paulo: UNESP, 2008, p. 382 (II, VIII, 39).

29 de agosto de 2015

Artigos: Nove Passos que Podem Salvar Seu Casamento

Jhon Piper

A graça de Deus é paciente e trabalha tanto instantaneamente quanto com o passar do tempo. Um erro que cometemos às vezes é idealizar demais, como se não pudéssemos ser perdoados mais de uma vez quando cometemos erros.

O modo de enxergar estes passos para salvar seu casamento biblicamente é como uma forma de colocar em prática Colossenses 3:13: “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro.” Aí temos “suportando” e temos “perdoando”. Como essas coisas se relacionam no casamento?

Aqui está um jeito que eu tenho em mente. Eu descreverei nove etapas para chegar à reconciliação com sua esposa (ou marido, ou amigo(a), ou colega). Algo assim é necessário quando se é pecador demais para se desculpar sinceramente na primeira vez. Isso é uma experiência real mais frequente do que eu gostaria de admitir e, de uma outra forma, menos frequente do que o necessário. (Esposas e maridos, leiam as etapas se colocando nos dois papéis.)

1º Passo. Sua esposa reclama de algo que você disse ou fez de errado ou que ela não gosta.

2º Passo. Você se irrita. (Por cinco ou seis motivos que te parecem razoáveis no momento).

3º Passo. A graça te faz ver que essa raiva não vem de Deus e que você deve se desculpar sinceramente, tanto pelo que ela reclamou quanto pela raiva.

4º Passo. Você se desculpa, mas consegue apenas dizer as palavras, não se sente arrependido, porque a raiva endureceu seu coração contra a sua esposa. Você não se sente sensibilizado, você não se sente quebrantado, você não se arrependeu. Mas você diz “me desculpe” porque sabe que deve. Isso é melhor do que o silêncio. Isso é uma graça parcial.

5º Passo. Ela sente que você está zangado e, compreensivelmente, não fica satisfeita com palavras que não trazem um arrependimento profundo e sincero.

6º Passo. O tempo passa. Vinte e quatro horas? Dois dias? O Espírito Santo, sempre paciente e incessantemente santo, não te deixará. Ele trabalha contra a raiva (Tiago 1:19-20). Ele desperta verdades do evangelho (Efésios 4:32). Ele amolece o coração (Ezequiel 36:26). Isso pode ser através da leitura da Bíblia, da palavra de um amigo, da leitura de um livro, da ida a um culto. Enquanto isso sua esposa está aguardando, pensando, orando, esperando.

7º Passo. A raiva diminui. A suavidade aumenta. O carinho é despertado. A tristeza pelo pecado cresce.

8º Passo. Você chama sua esposa e diz à ela que seu primeiro pedido de desculpas foi o melhor que você pôde fazer naquela hora por causa do seu pecado. Você admite que foi insuficiente. Você diz com carinho o que você sente por ela, e se desculpa de coração, e pede pra que ela te perdoe.

9º Passo. Em misericórdia, ela perdoa e tudo fica melhor.

O que eu espero que você faça é conversar com o seu cônjuge para ver se isso se encaixa na experiência de vocês. Uma das importâncias de desenvolver esse possível padrão no seu conjunto de expectativas é que vocês podem dar um desconto (chamado misericórdia) um ao outro, para que nenhum dos dois se sinta desesperado no 6º Passo.

Fonte: Voltemos ao Evangelho

28 de agosto de 2015

Artigo: Os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos - Descobrindo a Plenitude dos Mandamentos de Deus

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5º - Honra teu pai e tua mãe

Numa cultura que honra a juventude, “honra teu pai e tua mãe” (Êxodo 20.12a) não faz sentido algum. Honra não é algo que buscamos para nós mesmos? Então o que significa isso de honrar outros?

O culta da juventude
A nossa cultura tolerante tem tolerância zero para com o envelhecer, o que produziu um culto à juventude perpétua. Como resultado desse frenesi por parecer jovem, os norte-americanos gastam anualmente com procedimentos cosméticos o suficiente para alimentar e vestir cinquenta e quatro milhões de crianças famintas.

Honrando com devoção a superficialidade da aparência, nós olhamos com desejo para a juventude – e com desprezo para a velhice e a maturidade. Desesperadamente nos recusamos a crescer e a desistir das coisas próprias de menino (1 Coríntios 13.11b), assim, em vez de demonstrar honra para com os mais velhos, nós os desdenhamos.

Desonrar a maturidade, contudo, não é problema apenas da nossa cultura jovem obcecada pela imagem. Vendo semelhante tendência na Genebra do século XVI, João Calvino advertiu do seu leito de morte: “Que os jovens continuem a ser modestos, sem o desejo de se colocarem em evidência demais; pois há sempre um caráter jactancioso em pessoas jovens … que se apressam em desdenhar dos outros”.

De modo perverso, a nossa cultura transforma em virtude o “apressar-se em desdenhar dos outros”, especialmente dos pais. O professor Jared Diamond, da University of California, Los Angeles (UCLA), sustenta que, com a tecnologia e o acesso a inesgotável informação, nós não mais precisamos dos mais maduros como fonte de sabedoria.

Honrar a todos
Em seu âmago, o quinto mandamento se estende além da honra aos pais. Ele “exige a preservação da honra e o desempenho dos deveres pertencentes a cada um em suas diferentes condições e relações, como superiores, inferiores ou iguais” (Breve Catecismos de Westminster, P&R 64).

Encrustado no quinto mandamento está todo o nosso dever de amar o próximo como a nós mesmos – todos os nossos próximos.

Mas honrar é difícil; exige suspendermos o culto de nós mesmos, desistirmos da honra a qual imaginamos nos pertencer e entregarmo-la a outrem, nos deixarmos gastar pelo bem dos outros, nos levantarmos na presença do ancião (Levítico 19.32) e, por meio disso, honrarmos a Deus.

Honrar os desonrosos
Amantes incorrigíveis do ego, nós achamos difícil demais honrar os outros – na verdade, nós achamos impossível. Assim, nós procuramos uma escapatória. Muitos têm boas razões. Um jovem angustiado certa vez me perguntou: “Como eu deveria honrar meu pai depois do que ele fez à minha mãe?”. Era uma boa pergunta. Eu sabia o que seu pai havia feito. Ele havia fugido com outra mulher, restando à sua esposa grávida juntar os cacos do desastre doméstico criado pelo seu comportamento profundamente desonroso. Não obstante, Deus diz a esse homem para honrar o seu pai.

Os fariseus pensaram ter estabelecido definitivamente a cláusula de exceção quanto a honrar os pais. Eles haviam elaborado uma tradição segundo a qual, uma vez declarado que seus recursos eram uma oferta a Deus, eles estavam livres de guardar o quinto mandamento. Jesus expôs a fraude: “E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição. Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mateus 15.6-8).

Apenas corações que foram aproximados de Deus em Cristo podem verdadeiramente honrar pai e mãe, até mesmo pais que agiram de modo desonroso. Assim como “filhos, obedecei vossos pais” não inclui obedecer nenhuma ordem pecaminosa, também “honra teu pai” não inclui honrar o seu comportamento desonroso.

Claramente, se Pedro podia instar os crentes do primeiro século a honrarem a todos, inclusive o imperador Nero (1 Pedro 2.17), então a ordem de honrar os pais não é anulada pelo fato de ter um pai desonroso, do mesmo modo como a ordem de amar o nosso próximo não é anulada quando temos um vizinho que arremessa latas de cerveja por sobre nosso muro. As ordenanças de Deus ainda se aplicam num mundo quebrado de vizinhos imperfeitos e pais desonrosos; elas nos foram dadas pelo nosso gracioso Pai celeste como dons apropriados exatamente para este mundo.

Perfeita obediência é exigida
De modo singular, ao quinto mandamento está anexa uma perpétua consequência por se lhe obedecer: “para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá” (Êxodo 20.12b).

Vida longa – vida eterna. Inabalavelmente assegurada por nosso Irmão primogênito, cuja obediência ultrapassa aquela dos escribas e fariseus (Mateus 5.20), o qual é o único perfeito como o seu Pai celeste (5.48), o qual fez o que ninguém jamais foi capaz de fazer: cumprir perfeitamente todos os deveres exigidos na lei de Deus. Escolha o seu herói terreno; nenhum deles honrou perfeitamente os seus pais.

Exceto Jesus. Honrando a vontade de seu Pai, Cristo orou: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26.39). Desprezado na cruz, o Filho obedeceu e honrou perfeitamente o seu Pai – embora isso lhe tenha custado tudo.

“Honra teu pai e tua mãe”. Jesus o fez. Nele, nós podemos crescer diariamente na graça de honrar os nossos pais terrenos para a honra ainda maior do nosso Pai celestial.

Fonte: Voltemos ao Evangelho

27 de agosto de 2015

Análise dos Livros da Bíblia - Malaquias

Malaquias

AUTOR
Nada se sabe acerca da vida do profeta, exceto o que se encontra neste livro. Talvez tenha sido contemporâneo de Neemias; as condições descritas na profecia correspondem àquela época.

ESTILO
Enérgico e fora do comum. O Senhor é representado como se estivesse dialogando com o seu povo. "Mas vós dizeis" contrasta com "diz o Senhor dos Exércitos" através dos primeiros três capítulos.

TEMA
É uma descrição gráfica do período final da história do Antigo Testamento, que mostra a necessidade de grandes reformas que preparem o caminho para a vinda do Messias.

TEXTO CHAVE
Cap. 3.8

SINOPSE
I - O lado obscuro do panorama. Os pecados de um povo sem honra e ingrato e de um sacerdócio infiel.

1 - Roubar a Deus
a) Ao deixar de responder ao amor divino, cap. 1.2;
b) Ao desonrar o nome de Deus, cap. 1.6;
C) Ao apresentar ofertas imundas, cap. 1.7-14;
d) Por causa do seu mau exemplo, os sacerdotes se converteram em pedras de tropeço em vez de serem líderes espirituais, cap. 2.1-8;
e) Ao honrar a pecadores, cap. 2.17; 3.15;
f) Ao não dar os dizímos, cap. 3.8; e
g) Ao justificar a impiedade, cap. 3.14

2 - Pecados sociais
a) Tratos enganosos, cap. 2.10;
b) Casamentos com incrédulos, cap. 2.11;
c) Deslealdade para com as pessoas, cap. 2.14-16; e
d) Feitiçaria, impureza, opressão, cap. 3.5 

II - O lado brilhante do panorama

1 - Promessas gloriosas
a) Da vinda do mensageiro da aliança, cap. 3.1-4;
b) Do derramamento de uma grande bênção, cap. 3.10-12;
c) Dos santos ao converter-se em tesouro especial do Senhor, cap. 3.16-18;
d) Do amanhecer de um novo dia no qual a justiça triunfará, cap. 4.2-3; e
e) Da aparição de um reformador espiritual antes da vinda do dia do Senhor, cap. 4.5-6

PORÇÕES SELETAS
Cap. 3, o mensageiro purificador da aliança, vv 1-4;
Cap. 3, as bênçãos superabundantes, v. 10; e
Cap. 3, as joias de Deus, vv. 16-17

Fonte: Bíblia de Referência Thompson 

26 de agosto de 2015

Personagens Bíblicos - Abraão

Esboços Biográficos de Personagens Preeminentes da Bíblia

Abraão
O peregrino espiritual

INTRODUÇÃO
O estudo da vida de Abraão é importante porque ele foi escolhido por Deus para converter-se no pai de uma nova nação espiritual. Foram plantadas sementes em seu coração das quais brotaram resultados maravilhosos para todos os crentes do futuro.

Foi um grande líder espiritual.

SUA CHAMADA ESPIRITUAL
Enquanto vivia com seu pai em Harã, recebeu uma mensagem do Senhor que o chamava para separa-se de suas antigas companhias e ir outro país. Foi-lhe prometida graça divina, grande prosperidade, e que se converteria em uma bênção para todas as famílias da terra.

Abraão obedeceu o chamado, e assim converteu-se no líder dessa inumerável família de crentes que têm conhecido a nação cujo arquiteto e construtor é Deus. Gn 12.1-4; Hb 11.8-10.

A maioria dos acontecimentos importantes do curso de sua vida têm relação com suas viagens. 
I - De Ur a Harã, Gn 1.31. Morte do pai de Abraão, Gn 11.32;
II - De Harã a Siquém, 12.1-6. Aparição divina. Edifica um altar 12.7;
III - De Siquém a Betel, 12.8. Edifica um altar, oferece uma oração;
IV - De Betel ao Egito, 12.9-11. Nega que Sara seja sua esposa, vv. 11-13;
V - Regresso a Betel, oferece uma oração 13.1-4;
VI - De Betel a Hebrom, edifica um altar, 13.18;
VII - De Hebrom a Damasco, persegue os ladrões, resgata a Ló e recupera seus bens, 14.1-16;
VIII - Regressa a Hebrom, dá dízimos a Melquisedeque, 14.16-20. A promessa de um filho é reiterada, 15.3-5. Nasce Ismael, 16.15, o pacto é renovado, 17.1-8. Recebe novo nome, 17.5. A intercessão por Sodoma, 18.23-32;
IX - De Hebrom a Gerar, 20.1. Cumpre-se o pacto, nasce Isaque, 21.1-3;
X - De Gerar a Berseba, faz um pacto com Abimeleque, 21.27-34;
XI - De Berseba ao Monte Moriá, constrói um altar, Isaque é preparado para ser oferecido em sacrifício, 22.1-14;
XII - Regresso a Berseba, 22.19; e
XIII - De Berseba a Hebrom, morte e sepultura de Abraão, 25.8-10.

EVENTOS E EXPERIÊNCIAS SALIENTES DE SUA VIDA
  • O chamado divino, Gn 12.1;
  • O pacto divino, Gn 12.2-3; 17.1-6;
  • A demora divina no cumprimento da promessa de um filho. Compare Gn 12.4 com 21.5. Passaram mais de vinte anos antes que Isaque nascesse;
  • Seu grande erro, Gn 16.3. O plano de Sara para ajudar ao Todo Poderoso;
  • Sua grande intercessão pelas cidade da planície, 18.23-32;
  • O cumprimento de suas esperanças no nascimento de Isaque, Gn 21.5;
  • A difícil prova, Gn 22.1-2;
  • Sua fé e obediência extraordinárias, Gn 22.11-13; e
  • Sua maior necessidade é suprida, Gn 22.11-13
Fonte: Bíblia de Referência Thompson

Artigos - Dons Espirituais: Liderança

Dons Espirituais: Liderança

Mark Driscoll

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"Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo... (Rm 12:6-8 NVI)

O Dom Espiritual de Liderança Definido

O dom espiritual de liderança é encontrado em pessoas que têm uma clara e significativa visão da parte de Deus e têm a habilidade de comunicá-la publicamente ou reservadamente de tal modo que influenciam outros a perseguir aquela visão.

Pessoas com o Dom de Liderança

Estas pessoas tendem a gravitar para a "posição central" em um ministério. Outros tendem a ter confiança nas habilidades delas. Eles servem melhor os outros liderando-os. Eles tendem a operar com um forte senso de destino.

Liderança nas Escrituras

Jesus foi um líder tão talentoso que nos seus dias milhares O seguiram e hoje bilhões O seguem como o maior líder que jamais viveu. Outros exemplos são abundantes, incluindo Abraão, Moisés, Josué, Davi, Daniel, Josias, Paulo, Pedro e Tiago.

Você tem este dom?
  • Outras pessoas têm confiança na sua habilidade de liderar?
  • Você gosta de ter a "palavra final" ou de ser aquele com a responsabilidade final pela direção e sucesso de um grupo ou organização?
  • Quando uma situação difícil ocorre, outras pessoas te procuram para recomendações e liderança?
  • É comum você tomar a liderança em grupos nos quais ela não existe?
  • Você considera a liderança agradável em vez de frustrante e difícil?
  • Outras pessoas vão atrás de você para tomar grandes decisões para um grupo ou organização?
Fonte: Bom Caminho 

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Nota do Editor: A publicação desta série não implica em plena concordância do blog massoreticos.blogspot.com.br com a opinião do autor. Creio que o assunto é controverso e não dispomos de abundantes informações nas Escrituras, principalmente a respeito das características peculiares de cada dom citado. A série é publicada aqui para reflexão e avaliação inteligente do leitor. "julgai todas as coisas, retende o que é bom;" (1 Ts 5:21 RA)

Artigos: Os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos - Descobrindo a Plenitude dos Mandamentos de Deus

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4º - Lembra-te do Dia de Sábado, para o Santificar


Você já dormiu por algumas horas, acordou, mas continuava cansado? Talvez você se lembre do conto “Rip Van Winkle”, de Washington Irving. Rip é um marido dominado pela esposa que vagueia pelas montanhas para escapar, conhece um estranho bando, cai no sono e cochila por vinte anos. Ele acorda e encontra o mundo está completamente mudado, sua esposa morta e seus vizinhos invejosos por ele ter se livrado, dormindo, da vida natural de sua esposa rabugenta.

O que é surpreendente na história de Irving é que o sono de Van Winkle não lhe deu descanso. Foi sono sem repouso. Foi um tipo de descanso que na verdade não fazia bem nenhum. E, às vezes, nós sabemos como é isso, porque nosso coração e mente estão tão cheios e ansiosos para descansarem bem. Nós, às vezes, acordamos ou voltamos das férias cansados, apesar de termos descansado.

A graça do quarto mandamento é que Deus promete nos dar verdadeiro descanso e verdadeiro repouso ao encontrarmos o nosso descanso nele. Ao nos lembrarmos do dia do sabá, ao santificarmo-lo ao Senhor, descobrimos que começamos a entrar no descanso que Deus oferece e a obter um antegozo do descanso celestial por vir, o descanso nos novos céus e na nova terra.

O bom mandamento de Deus

Em Êxodo 20.8-10, fica claro que Deus dá o descanso do sabá como um mandamento. Contudo, nós frequentemente esquecemos que, ao nos lembrarmos do “dia de sábado, para o santificar”, Deus deseja que usemos aquele dia para ele: “o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus”. O que isso significa? Significa que um dia em sete – não um dia da nossa própria escolha, mas um dia escolhido por Deus e diferente dos outros dias – deve ser posto à parte para o serviço do Senhor.

E este comando está alicerçado tanto na criação como na redenção. Em Êxodo 20, a criação serve como fundamento: “porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra […] e, ao sétimo dia, descansou” (v. 11). A semana da criação serve como um padrão para as nossas semanas criativas: assim como Deus trabalhou seis dias e descansou um, assim também devemos fazer.

Mas, em Deuteronômio 5, este mandamento encontra a sua base na redenção: “porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa e braço estendido” (v. 15). Porque Deus redimiu o seu povo do cativeiro com o sangue dos cordeiros primogênitos, a vida deles e o seu tempo pertenciam ao Senhor. Ele lhes deu de volta na redenção e exigiu o sabá como uma testemunha, as “primícias” da semana, um testemunho da sua obra redentora.

O dom gracioso de Cristo

A expectativa e o mandamento do sabá encontram o seu cumprimento e sua contínua validade em Cristo. Isso porque o próprio Jesus apontou para o alívio que aquele dia representava. Longe de acabar com o sabá, Jesus o encheu de significado para o seu povo.

Em Lucas 4.16-21, Jesus foi para a sinagoga no dia do sabá, “segundo o seu costume”. Ele tomou o rolo e leu em Isaías 61, declarando: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir”. O elo entre o sabá e o Messias estava claro: o prometido sabá de descanso e regozijo, retratado na criação e na redenção, havia chegado em Jesus. Ele traz as boas novas, o favor do Senhor, a liberdade, a visão e a libertação.

Jesus amava curar no sabá. Isso parece claro em Lucas 13.10-17. Uma mulher possessa de um “espírito de enfermidade, havia já dezoito anos” é curada e glorifica a Deus. Os fariseus ficam furiosos com Jesus. A sua resposta: “Não deveria esta mulher ser liberta deste cativeiro no dia do sabá?”. Não é apropriado e correto? A criação e a redenção se encontram no dia do sabá para apontar o dom gracioso de Cristo, que traz verdadeiro renovo, descanso e repouso.

Jesus faz essas coisas por ser ele o Senhor do sabá (Marcos 2.23-28). Ele é o doador do sabá, enquanto Criador. Ele é aquele de quem o sabá testifica. E, como Redentor, ele começou o tempo de novo por meio da ressurreição. Com efeito, no domingo da sua ressurreição, o tempo começou de novo; o primeiro dia da nova criação começou. O descanso sabático tem o seu significado assegurado no domingo da ressurreição, tornando-se o dia do culto cristão (1 Coríntios 16.2; Apocalipse 1.10). Nós nos lembramos deste dia para o serviço do Senhor em culto e misericórdia, em resposta ao bom mandamento de Deus e ao gracioso dom de Cristo.

Nós que confiamos em Jesus não apenas encontramos descanso para a nossa alma de domingo a domingo, mas também temos a promessa de entrarmos no descanso sabático final (Hebreus 4.9-10). Nós testificamos, a cada semana, que já temos descansado de nossas obras – de nossas tentativas de apaziguar Deus ou de merecer o seu favor, até mesmo no modo como nós nos “lembramos do sabá”. Em vez disso, nós “descansamos em Jesus e o recebemos”. Nele, encontramos descanso para a nossa alma (Mateus 11.28-30).

É por isso que o dia do sabá traz verdadeiro descanso e repouso. Nós não estamos num frenesi, tentando merecer o favor de Deus. Em vez disso, o próprio Senhor do sabá nos ressuscitou e nos ressuscitará dentre os mortos (Efésios 2.4-6).

Fonte: Voltemos ao Evangelho

25 de agosto de 2015

Artigos: Os Dez Mandamentos

Os Dez Mandamentos - Descobrindo a Plenitude dos Mandamentos de Deus

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3º - Não tomarás o nome do Senhor em vão

A ética de Jesus é a ética dos Dez Mandamentos. Ele ensinou o seu povo a viver por essa regra e ele mesmo o fez. Ele é a própria encarnação da obediência a Deus; em nenhum outro lugar os Dez Mandamentos estão personificados e manifestados em plenitude como estão na vida de Jesus.

Assim como a lei de Deus exige que não tomemos o seu nome em vão, também Jesus nos ensina a orar: “Santificado seja o teu nome” (Mateus 6.9). A oração expressa o nosso desejo de guardar o terceiro mandamento. Ela também expressa a nossa necessidade da graça de Deus para esse fim. A oração é um reconhecimento de que o próprio Deus provê para nós aquilo que ele exige de nós.

Na Escritura, o nome de Deus é um meio de ele revelar a si mesmo. Bem no início, em Gênesis 4.26, há uma referência a pessoas invocando o nome do Senhor – não porque Deus lhes houvesse dito o seu nome pactual, mas porque ele falou e revelou a si mesmo. Depois, contudo, Deus de fato tornou o seu nome conhecido. Ele se revelou a Moisés como o grande “EU SOU” (Êxodo 3.14) e declarou haver levantado Faraó para que o seu nome – a revelação da sua justiça e poder – fosse proclamada por toda a terra (Êxodo 9.16). Depois, o templo foi construído “ao nome do SENHOR” (1 Reis 3.2; 8.17) e aquele nome se tornou o objeto da adoração de Israel à medida que eles louvavam o nome de Deus por meio de cânticos (Salmo 69.30; 122.4).

O nome de Deus é tão importante ao ponto de ser solenemente protegido nos Dez Mandamentos por uma proibição de que se tome seu nome em vão (Êxodo 20.7). A violação dessa lei é uma ofensa capital: “Aquele que blasfemar o nome do SENHOR será morto” (Levítico 24.16). Levítico cita uma variedade de exemplos do que esse abuso do nome divino inclui: oferecer os filhos a Moloque (18.21), jurar falsamente (19.12), os sacerdotes cortarem as extremidades da barba (21.5-6). Essa grande variedade de violações ao mandamento mostra que tomar o nome do Senhor em vão envolve não apenas falá-lo de modo errado, mas inclui vivê-lo de modo inadequado.

Era o nome do Senhor que deveria ser posto “sobre” o povo de Israel, por meio da bênção araônica (Números 6.24-27). O nome não era apenas um título ou epíteto, mas incluía o caráter e a sublimidade de Deus revelados para a salvação e a santificação do seu povo. Pelo nome de Deus eles são salvos e pelo nome de Deus eles são separados.

Esses temas são evidenciados na vida e na obra de Jesus. Ele veio à terra, por nós e para nossa salvação, em nome do Pai (João 5.43; 10.25). Ele viveu para glorificar o nome de Deus (12.28; 17.4) e para revelá-lo (17.6). Em nome de Deus ele havia preservado o seu povo e naquele mesmo nome eles seriam guardados eternamente (17.11-12). O nome de Deus, posto sobre o seu povo pelo batismo (Mateus 28.19), seria o nome pelo qual o Espírito Santo viria para confortá-los e ouvir-lhes as orações (João 14.26; 16.23). É o nome de Deus que assegura a vida eterna a todos os que creem (20.31).

João Calvino está correto, portanto, ao comentar acerca do terceiro mandamento que “[ele nos ensina] a ser ponderados de alma e língua, para não falarmos do próprio Deus e de seus mistérios senão de modo reverente e muito sóbrio, para que, ao avaliar suas obras, não concebamos senão o que é digno de honra diante d’Ele” (Instituição 2.8.22).[1] Esse senso de honra vinculado ao nome de Deus é o que caracteriza uma vida de santidade e uma adoração genuína. Tanto em nosso serviço como em nossa adoração, devemos pensar nas coisas de Deus com adoração e reverência, sabendo que o fato de Deus haver se revelado a nós pelo nome é, em si mesmo, um imenso ato de graça.

Em seu estudo dos Dez Mandamentos, o famoso puritano Thomas Watson cita doze maneiras pelas quais tomamos o nome de Deus em vão. Entre elas estão: usar o nome de Deus com irreverência; professar o seu nome, mas não viver de acordo com a nossa profissão; adorá-lo externamente, mas não com o coração; usar erroneamente a sua Palavra; descumprir nossas promessas; e falar sem cuidado pela honra divina. É uma análise impressionante, que não pretende controlar as minúcias do nosso comportamento, mas mostrar-nos como o terceiro mandamento permeia o todo da vida.

Ao nomear a si mesmo, Deus não apenas descortina quem ele é, mas o faz de tal modo que possamos conhecê-lo pessoalmente. Viver de acordo com o terceiro mandamento é reconhecer e confessar que Deus merece a mais alta honra; que ele nos separou ao pôr o seu nome sobre nós; que estaríamos completamente perdidos não fosse o fato de, por causa do seu nome, ele nos guardar e proteger; e que ele nos chama a viver segundo o exemplo de Jesus, glorificando a Deus na terra. Nós somos os portadores do nome de Deus; que a nossa conduta demonstre isso.

Fonte: Voltemos ao Evangelho

24 de agosto de 2015

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2º - Não farás para ti imagem de escultura

Apesar de todas as diferenças que (corretamente) nos separam, nós temos muito em comum com o catolicismo romano. Roma afirma os grandes credos ecumênicos do primeiro milênio. Afirma a Trindade, assim como o nascimento virginal e a ressurreição de Cristo. Afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus. Uma coisa que não temos em comum, todavia, são os Dez Mandamentos. Para deixar claro, as Bíblias católico romanas incluem Êxodo 20 e Deuteronômio 5. Mas Roma separa aquele que chamamos o décimo mandamento em dois, sendo o nono “Não cobiçarás a mulher do teu próximo” e o décimo, “Não cobiçarás os bens do teu próximo”. Contudo, Roma não termina com onze mandamentos, porque ela combina aqueles que consideramos ser o primeiro e o segundo.

A divisão do décimo mandamento, provavelmente, soa artificial e não-natural a qualquer leitor não enviesado. Dito isso, estou certo de que muitos protestantes têm apenas um entendimento obscuro da diferença entre o primeiro e o segundo mandamentos. O primeiro nos proíbe de termos outros deuses diante de Deus; o segundo proíbe a feitura de imagens esculpidas. Não são ambos simples ordenanças a que não adoremos falsos deuses e, em vez disso, adoremos apenas o Deus vivo e verdadeiro?

De modo algum. O primeiro mandamento, de modo mais do que suficiente, lança fora qualquer forma de adoração a qualquer outro além do Deus vivo. Se você faz isso por meio de imagens esculpidas não importa. O segundo mandamento explora uma questão diferente: ele proíbe a adoração ao Deus verdadeiro pelo uso de imagens.

Lembra-se de quando Arão fez o bezerro de ouro? Ele disse isto: “São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito” (Êxodo 32.4). Ele não disse ao povo: “Vocês sabem de Javé, o Deus com quem Moisés teve um encontro, aquele que pensávamos ter nos libertado da escravidão e aberto o Mar Vermelho? Acontece que não foi ele quem fez nada disso, antes, foi uma divindade diferente, esta aqui”. De fato, no versículo seguinte, nós lemos que Arão na verdade disse: “Amanhã, será festa ao SENHOR”. O bezerro de ouro era menos uma violação do primeiro mandamento e mais uma violação do segundo.

Nós chegamos à mesma distinção ao considerarmos as nossas próprias inclinações. Uma vez que a maioria de nós ocidentais, crentes ou não, não somos dados a nos inclinar perante estátuas, podemos ser tentados a pensar que a idolatria ficou para trás. Mas, em nossos momentos mais honestos, nós reconhecemos que temos construído os nossos próprios deuses das coisas que mais desejamos; para alguns, dinheiro, para outros, reputação, e assim por diante. Tudo isso é verdade. Mas, de novo, isso é mais um problema do primeiro mandamento do que um problema do segundo mandamento.

Considerando, então, que não somos tão inclinados a nos curvar perante estátuas, incluindo estátuas designadas para representar o Deus vivo e verdadeiro, isso significa que nós superamos o segundo mandamento? De modo algum. Quebramos o segundo mandamento quando buscamos adorar o verdadeiro Deus por meio de imagens, incluindo imagens construídas em nossas próprias mentes. (Lembre-se de que poucas pessoas, se é que alguma, de fato creram que o deus por elas construído era um deus verdadeiro. Mesmo as sociedades mais primitivas viam estátuas e imagens como auxílios para a adoração, ferramentas pelas quais um deus real recebia adoração, não como os próprios deuses.)

Nossos vizinhos incrédulos, com frequência, são chocantemente honestos sobre sua própria idolatria. Com efeito, a maioria deles deu um nome ao deus o qual creem existir e adora esse deus por meio de uma imagem que construíram. Eles chamam o seu deus de “Deus-para-mim”. Você certamente já ouviu gente dizendo: “Bem, Deus-para-mim é como uma força amorosa que me envolve” ou “Deus-para-mim deseja que eu faça o que achar melhor”. Não deveria nos surpreender que o molde de Deus-para-mim, a forma a qual buscamos copiar ao construí-lo, somos nós mesmos. De fato, se nossos vizinhos incrédulos fossem apenas um pouco mais honestos, eles confessariam que o nome do seu deus é “Deus-sou-eu”.

Os Dez Mandamentos, embora sejam universalmente obrigatórios, foram dados primariamente ao povo pactual de Deus. E Deus nunca desperdiça seu fôlego. Se o povo de Deus, então, precisava ser alertado contra a idolatria, pode apostar que é porque nós idolatramos também. Às vezes, a nossa idolatria aparece em nossos debates teológicos. Quantas vezes você ouviu alguém dizer (ou você mesmo o disse): “Eu jamais poderia adorar um deus que…”? Se o que vem em seguida for algo que de fato descreva o Deus da Bíblia, então essa é uma confissão de que eu jamais poderia adorar o verdadeiro Deus. Quando dizemos: “Eu prefiro enfatizar o Deus mais gentil do Novo Testamento”, estamos cometendo idolatria (e nos esquecendo de que Deus matou só um homem inocente uma única vez, e foi no Novo Testamento). Nós temos “Deuses-para-mim” demais até mesmo na igreja evangélica.

O segundo mandamento ordena que adoremos a Deus como ele é e que o façamos como ele ordenou. Quando meu pai era um jovem seminarista, ele escreveu um cartão o qual pôs em sua escrivaninha. “O seu dever”, dizia o cartão, “é crer e pregar o que a Bíblia diz, não o que você gostaria que ela dissesse”. O segundo mandamento nos diz que o nosso dever é crer, aprender, amar e adorar o Deus que é, não o deus que gostaríamos que ele fosse.

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1º - Não terás outros deuses diante de mim

Há certos aspectos do nosso relacionamento com Deus que são descritos em termos inegavelmente jurídicos, enquanto outros são marcadamente pessoais. A nossa justificação é uma declaração jurídica de justiça no tribunal de Deus. A nossa adoção é a declaração jurídica de que somos de fato filhos de Deus e, assim, temos direito a todos os benefícios que pertencem aos seus filhos.

Fluindo desses benefícios, contudo, há aspectos do nosso relacionamento com Deus que são lindamente tenros e relacionais. Tal é a expressão do primeiro mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20.3). O preceito é estabelecido sobre o fundamento da aliança mosaica: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (v. 1-2). Essa declaração é o ponto de partida do pacto, pelo qual Deus revela quem ele é e o que fez pelo seu povo pactual. Desse indicativo fluem todos os imperativos dos Dez Mandamentos e, assim, Deus revela o qual o significa dele ser o nosso Deus e sermos o seu povo. Essa é a estrutura do pacto e a lente pela qual nós devemos entender a nossa obediência aos preceitos divinos.

A graça de Deus é o fundamento necessário da nossa obediência. Ele é o Deus que guarda a aliança e que fez promessas a Abraão, Isaque e Jacó, como o nome pactual SENHOR (Javé) significa. Ele é também o Deus criador que, sozinho, fez os céus e a terra, como o nome Deus significa. Em particular, ele é o Deus do êxodo, o Deus que não se esqueceu de suas promessas ao seu povo pactual. Na plenitude do tempo prometido a Abraão, ele voltou-se para o seu povo para executar toda a sua palavra redentiva e libertá-lo da escravidão física e espiritual. Ele fez isso por meio da obra do seu servo Moisés, o qual anunciou e mediou a palavra do Deus vivo a Israel, enquanto eles permaneciam tremendo ao pé do Monte Sinai, temendo a santidade daquele que tão graciosamente os havia resgatado.

É uma realidade assombrosa que Israel desfrutasse de um relacionamento tão mesclado com Deus. De um lado, Deus os tirou do Egito para que pudessem guardar os próprios preceitos que ele lhes deu, começando com o primeiro mandamento – não ter outros deuses diante de Javé. Ao mesmo tempo, a pecaminosidade dos seus corações era exposta pelos mandamentos que o Senhor lhes deu. Os preceitos demandavam não apenas uma obediência externa, mas também uma obediência do coração. Apenas Deus é digno do amor e da adoração deles. Nenhum outro deus os havia salvado; nenhum outro deus poderia sustentá-los; e com nenhum outro deus o Pastor de Israel dividiria a afeição e a lealdade deles.

O primeiro mandamento é frequentemente repetido no relacionamento pactual entre o Senhor e Israel. Deus frequentemente os lembrava de quem ele é, do que ele fez por eles e de que eles não deveriam permitir que falsos deuses se colocassem entre ele e o seu povo. Como Deus se descreve em Oséias, ele havia se casado com Israel e era um marido perfeitamente fiel à sua esposa; o que ele esperava dela era o amor e a fidelidade do coração, da alma e da força (Deuteronômio 6.5). Infelizmente, apenas afirmar e reafirmar as suas expectativas não despertou o amor e a fidelidade que Deus desejava de Israel. Com o tempo, o coração de Israel, espelhando o nosso próprio, ansiou por outros deuses e se apartou dos preceitos da aliança. Deus teria de fazer algo radical, algo invasivo, algo que o seu povo não poderia fazer por si mesmo, a fim de libertá-los e nos libertar da infidelidade dos nossos corações. Em síntese, outro êxodo precisaria ocorrer, trazendo uma superior salvação.

O primeiro mandamento é frequentemente repetido no relacionamento pactual entre o Senhor e Israel. Deus frequentemente os lembrava de quem ele é, do que ele fez por eles e de que eles não deveriam permitir que falsos deuses se colocassem entre ele e o seu povo. Como Deus se descreve em Oséias, ele havia se casado com Israel e era um marido perfeitamente fiel à sua esposa; o que ele esperava dela era o amor e a fidelidade do coração, da alma e da força (Deuteronômio 6.5). Infelizmente, apenas afirmar e reafirmar as suas expectativas não despertou o amor e a fidelidade que Deus desejava de Israel. Com o tempo, o coração de Israel, espelhando o nosso próprio, ansiou por outros deuses e se apartou dos preceitos da aliança. Deus teria de fazer algo radical, algo invasivo, algo que o seu povo não poderia fazer por si mesmo, a fim de libertá-los e nos libertar da infidelidade dos nossos corações. Em síntese, outro êxodo precisaria ocorrer, trazendo uma superior salvação.

Como diz o velho hino, nossos corações são “inclinados a se desviarem […] inclinados a abandonarem o Deus a quem amamos”. Dia após dia, precisamos ser lembrados do infalível amor de Deus por nós em Cristo. Também precisamos andar em novidade de vida, em amorosa obediência a Deus, dando-lhe a primazia em nossos corações. Nós somos a igreja de Cristo e, nele, fomos lavados, remidos e amados. Nós amamos e obedecemos seus preceitos porque, parafraseando outro hino, “dos céus ele desceu e nos buscou para fazer-nos sua noiva santa; com o seu próprio sangue ele nos comprou e por nossa vida ele morreu”.