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Todos temos curiosidade de saber sobre o que acontecerá conosco depois
da morte. Quando um ente querido morre, queremos vê-lo novamente assim
que chegar nossa vez. Teremos um encontro glorioso com aquele a quem
amamos ou a morte é o fim de toda a consciência?
Jesus nos ensinou que a vida não termina depois da morte de nossos
corpos. Ele fez esta declaração impressionante: “Eu sou a ressurreição e
a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” Segundo as
testemunhas oculares mais próximas a Jesus, Ele demonstrou seu poder
sobre a morte levantando-Se dos mortos depois de ter sido crucificado e
ficar sepultado por três dias. Essa é a crença que tem dado esperança
aos cristãos nestes quase 2.000 anos.
Mas algumas pessoas não têm nenhuma esperança em vida após a morte. O
filósofo ateu Bertrand Russell escreveu, “Acredito que, ao morrer,
apodrecerei e nada do meu ego sobreviverá”.[1] Russel obviamente não acreditava nas palavras de Jesus.
Os seguidores de Jesus escreveram que Ele apareceu vivo para eles depois
da crucificação e do sepultamento. Eles alegam que além de vê-Lo,
tomaram refeições com ele, tocaram-No e permaneceram juntos por 40 dias.
Então, será que isso é simplesmente uma ficção que se desenvolveu ao
longo do tempo ou ela se baseia em provas sólidas? A resposta a essa
questão é fundamental para o Cristianismo. Pois se Jesus levantou-Se dos
mortos, isso validaria tudo o que Ele disse sobre Si mesmo, sobre o
significado da vida e sobre o nosso destino depois da morte.
Se Jesus ressuscitou dos mortos então ele tem sozinho as respostas sobre
o significado da vida e sobre o que enfrentaremos após a morte. Por
outro lado, se a história da ressurreição de Jesus não for verdadeira,
então o Cristianismo se baseia em uma mentira. O teólogo R. C. Sproul
colocou isso nos seguintes termos:
“A veracidade da ressurreição é vital para o Cristianismo. Se Cristo foi erguido dos mortos por Deus, então Ele detém as credenciais e a certificação que nenhum outro líder religioso possui. Buda está morto. Maomé está morto. Moisés está morto. Confúcio está morto. Mas, de acordo com… o Cristianismo, Cristo vive.”[2]
Muitos céticos tentaram contestar a ressurreição. Josh McDowell foi um
desses que gastou mais de 700 horas pesquisando a evidência da
ressurreição. McDowell fez a seguinte declaração a respeito da
importância da ressurreição:
“Cheguei à conclusão de que, de duas uma, ou a ressurreição de Jesus é um dos embustes mais mal-intencionado, cruel e desumano jamais impostos às mentes humanas OU é o fato mais fantástico da história.”[3]
Então, a ressurreição de Jesus é um fato fantástico ou um mito cruel?
Para chegarmos a essa resposta, temos de examinar a evidência da
história e tirar nossas próprias conclusões. Vamos ver o que os céticos
que investigaram a ressurreição descobriram por conta própria.
Cínicos e Céticos
Nem todos estão dispostos a examinar detalhadamente as evidências.
Bertrand Russell admite que a sua opinião acerca de Jesus “não se
baseou” em fatos históricos.[4]
O historiador Joseph Campbell, sem citar nenhuma prova, alegou
calmamente aos seus espectadores no canal de televisão americano PBS,
que a ressurreição de Jesus não é um evento fatual.[5] Outros eruditos, como John Dominic Crossan, do Seminário de Investigação sobre Jesus, concordam com ele.[6] Nenhum desses céticos apresentou nenhuma prova que embase seu ponto de vista.
Os verdadeiros céticos, em oposição aos cínicos, estão interessados em evidências. Um editorial da revista Cética
intitulado “O que é um cético?”, apresentou a seguinte definição:
“Ceticismo é… a prevalência da razão sobre qualquer ideia, sem exceção à
regra. Em outras palavras… os céticos não entram em uma investigação
quando não há nenhuma possibilidade de que o fenômeno seja real e de que
a crença seja verdadeira. Quando alegamos que somos “céticos”, queremos
dizer que queremos ver evidência convincente antes de acreditarmos.”[7]
Diferente de Russel e Crossan, muitos céticos verdadeiros investigaram
as provas da ressurreição de Jesus. Neste artigo, entraremos em contato
com alguns deles e veremos como analisaram a evidência da que talvez
seja a pergunta mais importante da história da raça humana: Jesus
realmente ressuscitou dos mortos?
Auto profecia
Antes da sua morte, Jesus disse a seus discípulos que seria traído,
preso e crucificado, e que voltaria à vida três dias depois. Esse plano
é, no mínimo, estranho! O que estava por detrás disso? Jesus não era
nenhum artista tentando atuar de acordo com os anseios da plateia. Pelo
contrário, ele prometeu que a Sua morte e ressurreição provariam a todos
(se as suas mentes e corações estivessem abertos) que Ele era realmente
o Messias esperado.
O pesquisador bíblico Wilbur Smith alegou sobre Jesus:
"Quando disse que Ele próprio ressuscitaria dentre os mortos, ao terceiro dia depois de ter sido crucificado, alegava algo que só um louco ousaria dizer, se esperasse ainda a devoção de algum discípulo, a menos que tivesse certeza de que isso aconteceria. Nenhum fundador de nenhuma religião do mundo conhecida pelo homem se atreveu alguma vez a fazer uma afirmação semelhante.”[8]
Em outras palavras, como Jesus disse claramente a seus discípulos que
voltaria depois da sua morte, deixar de cumprir com essa promessa o
exporia como uma fraude. Mas estamos indo depressa demais. Como morreu
Jesus antes de (se isso realmente aconteceu) Se levantar dos mortos?
Uma morte terrível e depois...?
Você sabe como foram às últimas horas da vida terrena de Jesus se
assistiu ao filme do guerreiro das estradas/coração valente Mel Gibson.
Se você perdeu parte do filme A Paixão de Cristo porque estava
tapando os olhos (seria mais fácil se ele tivesse sido filmado com um
filtro vermelho na câmera), basta folhear as últimas páginas de qualquer
um dos evangelhos do Novo Testamento para encontrar o que perdeu.
Como Jesus predisse, ele foi traído por um dos seus próprios discípulos,
Judas Iscariotes, e foi preso. Em um julgamento simulado diante do
governador romano Pôncio Pilatos, Ele foi declarado culpado de traição e
condenado a morrer em uma cruz de madeira. Antes de ser pregado à cruz,
Jesus foi espancado brutalmente por um “gato com nove rabos” romano, um
chicote feito com pontas de ossos e metal que se destinava a rasgar a
carne. Ele foi esbofeteado repetidas vezes, chutado e cuspido.
Em seguida, usando martelos, os carrascos romanos cravaram os pesados
pregos de ferro forjado nos punhos e pés de Jesus. Finalmente, eles
erigiram a cruz em um buraco no solo, entre duas outras cruzes, onde se
encontravam ladrões condenados.
Jesus ficou pendurado por aproximadamente seis horas. Então, às três
horas da tarde, ou seja, exatamente no mesmo momento que o cordeiro da
páscoa judaica estava sendo sacrificado como uma oferta pelo pecado (há
um pouco de simbolismo aí, não concorda?)—Jesus gritou “Está consumado”
(em aramaico) e morreu. Repentinamente, o céu ficou escuro e um
terremoto sacudiu a terra.[9]
Pilatos queria uma comprovação de que Jesus estava morto antes de
permitir que seu corpo crucificado fosse sepultado. Assim, um guarda
romano perfurou com uma lança um lado de Jesus. A mistura de sangue e
água que verteu era uma clara indicação de que Jesus estava morto. O
corpo de Jesus foi tirado da cruz e sepultado no túmulo que pertencia a
José de Arimateia. Os guardas romanos, em seguida, selaram a tumba e a
vigiavam 24 horas por dia.
Nesse meio tempo, os discípulos de Jesus estavam em choque. O Dr. J. P.
Moreland explica quão devastados e confusos eles ficaram depois da morte
de Jesus na cruz. “Eles não tinham mais confiança de que Jesus tinha
sido enviado por Deus. Eles também tinham sido ensinados de que Deus não
permitiria que seu Messias sofresse a morte. Dispersaram. O movimento
de Jesus terminava naquele momento.”[10]
Toda esperança havia acabado. Roma e os líderes judaicos haviam prevalecido, pelo menos, era o que parecia.
Aconteceu algo
Mas não era o fim. O movimento de Jesus não desapareceu (obviamente) e,
de fato, hoje o Cristianismo é a principal religião do mundo. Assim,
temos que saber o que aconteceu depois que o corpo de Jesus foi tirado
da cruz e colocado em uma sepultura.
Em um artigo do New York Times, Peter Steinfels menciona os
eventos impressionantes que ocorreram três dias depois da morte de
Jesus: “Pouco tempo depois da execução de Jesus, os seus seguidores
foram repentinamente reanimados, passando de um grupo confuso e
amedrontado a pessoas cuja mensagem central era acerca de um Jesus vivo e
de um reino vindouro, colocando a sua própria vida em risco e mudando,
com o tempo, todo um império. Algo Aconteceu. … Mas exatamente o quê?”[11] Essa é a pergunta que temos de responder com uma investigação dos fatos.
Existem apenas cinco explicações plausíveis para a alegada ressurreição de Jesus, tal como descrita no Novo Testamento:
- Jesus realmente não morreu na cruz.
- A “ressurreição” foi uma conspiração.
- Os discípulos tiveram uma alucinação.
- A história é uma lenda.
- Ela realmente aconteceu.
Vamos detalhar agora cada uma dessas opções e ver qual melhor se encaixa aos fatos.
Jesus morreu?
“Marley estava tão morta como uma pedra, e disso não havia dúvida.” Assim começa Um Cântico de Natal,
de Charles Dickens, o autor não queria enganar ninguém sobre o caráter
sobrenatural do que se seguiria. Do mesmo modo, antes de iniciarmos uma
investigação nos moldes da série CSI e juntarmos as evidências da
ressurreição, teremos de verificar se, de fato, havia um cadáver. É
claro que, ocasionalmente, surgem na imprensa notícias acerca de algum
“cadáver” no necrotério que se mexe e volta a viver. Poderia algo desse
tipo ter acontecido com Jesus?
Há quem tenha sugerido que Jesus sobreviveu à crucificação e foi
reanimado pelo ar frio e úmido do túmulo—“Opa! Por quanto tempo fiquei
fora?” Mas essa teoria não é muito compatível com as evidências
médicas. Um artigo na Revista da Associação Médica Americana
explica porque a chamada “teoria do desfalecimento” é insustentável: “É
inegável que o peso das provas históricas e médicas indicam que Jesus
morreu. … A lança, atravessada entre as Suas costelas do lado direito,
perfuraram provavelmente não apenas o pulmão direito, como também o
pericárdio e o coração, assegurando a Sua morte.”[12]
Mas esse veredicto pode encarar opiniões céticas, uma vez que o caso
esteve parado durante 2.000 anos. Pelo menos, precisamos de uma segunda
opinião.
Podemos encontrar essas opiniões em relatos de historiadores não
Cristãos, da época próxima à que Jesus viveu. Três desses historiadores
mencionaram a morte de Jesus.
- Luciano (cerca de 120 a 180 d.C.) refere-se a Jesus como um sofista (filósofo) crucificado.[13]
- Josefo (cerca de 37 a 100 d.C.) escreveu: “Nesse tempo surgiu Jesus, um homem sábio e autor de grandes feitos. Quando Pilatos O condenou à morte na cruz, os nossos líderes acusaram-No, e aqueles que O amavam não deixaram de o fazer.”[14]
- Tácito (cerca de 56 a 120 d.C.) escreveu: “Cristo, de quem o nome teve sua origem, sofreu o castigo máximo… às mãos do procurador Pôncio Pilatos.”[15]
Isso é como buscar nos arquivos e descobrir que, num dia de primavera do primeiro século, O Jornal de Jerusalém
tinha na sua primeira página o destaque para a crucificação e morte de
Jesus. Nada mal para um trabalho de detetive, e completamente
conclusivo.
Na verdade, não existem relatos históricos de cristãos, romanos ou
judeus, que contradigam a morte de Jesus ou o seu sepultamento. Até
mesmo Crossan, um cético da ressurreição, acredita que Jesus viveu e
morreu. “Que Ele foi crucificado, é certo como qualquer outro fato
histórico pode ser.”[16]
À luz de tal evidência, estamos bem embasados para rejeitar a primeira
das nossas cinco opções. Jesus claramente morreu, “disso não havia
dúvida”.
A questão do túmulo vazio
Nenhum historiador sério duvida que Jesus estava morto no momento em que
foi retirado da cruz. No entanto, muitos questionaram o modo como o
corpo de Jesus desapareceu do túmulo. O jornalista inglês Dr. Frank
Morison pensou inicialmente que a ressurreição era um mito ou um
embuste, e iniciou a sua pesquisa para escrever um livro que a
refutasse.[17] O livro tornou-se conhecido, mas por razões diferentes ao seu propósito inicial, como veremos.
Morison começou por tentar resolver o caso do túmulo vazio. O sepulcro
pertencia a um membro do conselho do Sinédrio, José de Arimateia.
Naquele tempo, em Israel, ser do conselho era como ter o status de uma
estrela de rock. Todo mundo sabia quem pertencia ao conselho. José de
Arimateia deve ter sido uma pessoa real. Caso contrário, os líderes
judeus exporiam a história como uma fraude na sua tentativa de refutar a
ressurreição. Além disso, o túmulo de José de Arimateia deve ter sido
em um local bem-conhecido e facilmente localizável, assim qualquer ideia
que leve a crer que Jesus estava “perdido no cemitério” tem que ser
descartada.
Morison questionou o porquê os inimigos de Jesus permitiriam a
continuidade do “mito do túmulo vazio” se este não fosse verdadeiro.
Bastaria descobrir o corpo de Jesus para terminar com as dúvidas.
Aquilo que é conhecido historicamente acerca dos inimigos de Jesus,
diz-nos que esses acusaram os Seus discípulos de roubarem o corpo, uma
acusação que corrobora a crença do túmulo vazio.
O Dr. Paul L. Maier, professor de história antiga na Universidade do
Michigan, afirmou de modo similar que “Se todas as evidências forem
pesadas de uma forma cuidadosa e imparcial, é plenamente justificável…
concluir que o túmulo em que Jesus foi colocado, estava vazio na manhã
da primeira Páscoa. E não foi descoberto nenhum vestígio de evidência…
que refute essa declaração.”[18]
Os líderes judeus estavam espantados e acusaram os discípulos de
roubarem o corpo de Jesus. Mas os romanos escalaram na sepultura uma
guarda treinada (de 4 a 12 soldados), 24 horas por dia. Morison
questiona: “Como poderiam esses profissionais permitir que o corpo de
Jesus fosse vandalizado?” Teria sido impossível a qualquer um livrar-se
dos soldados romanos e mover uma pedra de duas toneladas No entanto, a
pedra foi movida e o corpo de Jesus desaparecera.
Se o corpo de Jesus se encontrasse onde pudesse ser localizado, os seus
inimigos teriam rapidamente exposto a ressurreição como fraude. Tom
Anderson, ex-presidente da Associação de Advogados da Califórnia, resume
a força desse argumento:
“Com um evento tão difundido, não seria razoável que um historiador, uma testemunha ou um antagonista tivessem registrado para todos os tempos que tinham visto o corpo de Cristo? … O silêncio da história é ensurdecedor quando alguém tenta testemunhar contra a ressurreição.”[19]
Assim, sem um corpo como prova, e com um túmulo claramente vazio,
Morison teve de aceitar a evidência como sólida de que o corpo de Jesus
desapareceu, de alguma forma, do túmulo.
Ladrões de sepultura?
Dando continuidade à sua investigação, Morison começou a examinar os
motivos dos seguidores de Jesus. Talvez a suposta ressurreição não
passasse de um corpo roubado. Mas se isso fosse verdade, como se
justificam as várias aparições de um Jesus ressuscitado? O historiador
Paul Johnson, na História dos Judeus, escreveu: “O que
importava não eram as circunstâncias da Sua morte, mas o fato de a
ressurreição ter sido larga e obstinadamente acreditada, por um círculo
cada vez maior de pessoas.”[20]
O túmulo estava realmente vazio. Mas não poderia ter sido apenas a
ausência de um corpo o que reanimou os seguidores de Jesus
(especialmente, se eles mesmos o tivessem roubado). Algo extraordinário
deve ter acontecido, para que os discípulos de Jesus deixassem de se
lamentar e esconder, e começassem a proclamar sem medo que O tinham
visto vivo.
O relato das testemunhas referia que Jesus teria aparecido fisicamente
aos seus seguidores de uma forma repentina, inicialmente às mulheres.
Morison se perguntou por que razão é que algum conspirador faria das
mulheres um ponto central nesse enredo. No primeiro século, as mulheres
praticamente não tinham direitos, personalidade ou status. Arrazoou
Morison que, se uma conspiração quisesse ter sucesso, os seus autores
teriam escolhido os homens e não as mulheres, como os primeiros a verem
Jesus vivo. Além disso, ouvimos que as mulheres foram as primeiras a
tocar-Lhe, a falar com Ele e a encontrar o túmulo vazio.
Mais tarde, segundo as testemunhas oculares, todos os discípulos viram
Jesus em mais de dez ocasiões separadas. Escreveram que Este lhe mostrou
as mãos e os pés, e lhes disse para que Lhe tocassem. E alegadamente
comeu com eles e depois apareceu a mais de 500 pessoas numa ocasião.
John Warwick Montgomery, um estudioso de leis, declarou: “No ano 56 d.C.
[o apóstolo Paulo escreveu que mais de 500 pessoas viram Jesus
ressuscitado, e que a maioria deles ainda vivia naquele tempo (1
Coríntios 15:6 em diante). Ultrapassa os limites do bom senso que os
primitivos Cristãos pudessem ter fabricado tamanha história e depois a
pregado entre aqueles que facilmente a refutariam, simplesmente
encenando o corpo de Jesus.”[21]
Eruditos da Bíblia como Geisler e Turek concordam. “Se a ressurreição
não aconteceu, porque nos daria o Apóstolo Paulo uma lista tão grande de
supostas testemunhas? Ele perderia toda a credibilidade que detinha com
seus leitores de Corinto ao mentir tão descaradamente.”[22]
Pedro explicou a uma multidão em Cesareia a razão de ele e os outros discípulos estarem tão convictos de que Jesus estava vivo.
E nós somos testemunhas de todas as coisas que fez, tanto na terra da
Judeia como em Jerusalém; ao qual mataram, pendurando-o num madeiro. A
este ressuscitou Deus ao terceiro dia… nós, que comemos e bebemos
juntamente com ele, depois que ressuscitou dentre os mortos. (Atos
10:39-41)
O erudito bíblico britânico Michael Green comentou: “As aparições de
Jesus são tão autenticadas como qualquer evento da antiguidade. … Não há
nenhuma dúvida razoável de que elas ocorreram.”[23]
Coerente até o fim
Ainda que os relatos das testemunhas oculares não fossem suficientes
para desafiar o seu ceticismo, Morison ainda estava confuso com o
comportamento dos discípulos. Um fato da história que tem deixado
historiadores, psicólogos e céticos perplexos é que esses 11
“anteriormente covardes” passaram a estar dispostos a sofrer
humilhações, torturas e morte. Todos, à exceção de um dos discípulos de
Jesus, foram martirizados. Teriam eles feito tanto por uma mentira,
sabendo que tinham roubado o corpo?
Os mártires islâmicos do 11 de setembro provaram que alguns podem morrer
por causas falsas em que acreditam. Contudo, ser mártir por uma mentira
é loucura. Como escreveu Paul Little “Homens morrerão pelo que
acreditam ser verdade, podendo, no entanto, ser falso. Porém, eles não
morrem por aquilo que sabem que é falso.”Os discípulos de Jesus
comportavam-se de uma maneira coerente com uma crença genuína de que o
seu líder estava vivo.
Ninguém explicou adequadamente por que os discípulos estariam dispostos a
morrer por uma mentira que eles conheciam. Mas, mesmo que tivessem
conspirado uma mentira acerca da ressurreição de Jesus, como poderiam
manter essa conspiração durante décadas sem que, pelo menos um deles,
vendesse a verdade por dinheiro ou posição? Moreland escreveu: “Aqueles
que mentem para terem ganhos pessoais não se mantêm juntos por muito
tempo, especialmente quando as dificuldades diminuem os benefícios.”[24]
O antigo braço direito da administração Nixon, Chuck Colson, implicado
no escândalo Watergate, falou sobre as dificuldades de um grande grupo
de pessoas de manter uma mentira por um período extenso de tempo.
“Eu sei que a ressurreição é um fato, e o Watergate provou-me isso. Como? Porque 12 homens testemunharam que viram Jesus levantado de entre os mortos, e depois proclamaram essa verdade durante 40 anos, nunca a negando. Todos eles foram espancados, torturados, apedrejados e colocados na prisão. Eles não teriam suportado isso, caso não fosse verdade. O Watergate envolveu 12 dos mais poderosos homens do mundo—e eles não foram capazes de manter a mentira nem por três semanas. Querem que eu acredite que os 12 apóstolos puderam manter uma mentira durante 40 anos? Absolutamente impossível.”[25]
Aconteceu algo que alterou tudo para esses homens e mulheres. Morison
reconheceu: “Quem quer que pense neste assunto acabará por confrontar-se
com um fato que não pode ter explicação fácil. … Esse fato é que… uma
profunda convicção atingiu esse pequeno grupo de pessoas—uma alteração
que atesta o fato de Jesus ter-Se levantado do túmulo.”[26]
Teria sido uma alucinação dos discípulos?
Há pessoas que ainda pensam ver um Elvis gordo e de cabelo grisalho a
jogar dardos no café ao lado. E depois existem os que pensam ter passado
a noite anterior com extraterrestres, na nave-mãe, estando a mercê de
testes indescritíveis. Por vezes, algumas pessoas conseguem “ver” as
coisas da forma que querem que elas sejam, coisas que não estão mesmo
lá. É por isso que alguns alegam que os discípulos estariam tão fora de
si e consternados após a crucificação que o desejo de verem Jesus vivo
causou uma alucinação em larga escala, um efeito em massa. Plausível?
Ao psicólogo Gary Collins, ex-presidente da Associação Americana de
Conselheiros Cristãos, foi colocada a questão da possibilidade das
alucinações estarem por trás da radical alteração de comportamento dos
discípulos. Collins comentou: “Alucinações são ocorrências
individualizadas. Pela sua própria natureza, uma alucinação só pode ser
observada por uma pessoa de cada vez. Certamente não é algo a ser visto
por grupos de pessoas.”[27]
A alucinação não é sequer uma possibilidade remota, de acordo com o
psicólogo Thomas J. Thorburn. “É absolutamente inconcebível que…
quinhentas pessoas, em pleno poder das suas capacidades mentais…
pudessem experimentar todos os tipos de impressões sensoriais—visuais,
auditivas e tácteis—e que todas essas… experiências se devessem
inteiramente a… uma alucinação.”[28]
Além do mais, na psicologia das alucinações, a pessoa precisaria de
estar num estado mental em que quisesse ver o outro de tal forma que a
sua mente a projetasse. Dois dos principais líderes da Igreja primitiva,
Tiago e Paulo, encontraram ambos um Jesus ressuscitado, sem nenhuma
expectativa ou esperança de satisfação. Pelo contrário, o apóstolo Paulo
liderava as primeiras perseguições aos Cristãos, e a sua conversão
continua inexplicável, excetuando o seu testemunho de que Jesus lhe
apareceu, ressuscitado dos mortos.
Da mentira à lenda
Alguns céticos, pouco convencidos, atribuem a ressurreição a uma lenda
que teria começado com uma ou mais pessoas mentindo ou pensando que
viram Jesus ressuscitado. Com o passar do tempo, a lenda teria se
expandido e recebido adornos à medida que crescia. Segundo essa teoria, a
ressurreição de Jesus está no mesmo nível da távola redonda do Rei
Artur, da incapacidade do pequeno George Washington de mentir e da
promessa de que a Segurança Social será dissolvida quando já não
precisarmos dela.
Existem, no entanto, três grandes problemas com essa teoria.
- As lendas raramente se desenvolvem enquanto várias testemunhas oculares se encontram vivas para refutá-las. Um historiador da Roma e Grécia antigas, A. N. Sherwin-White, argumentou que as notícias da ressurreição se espalharam demasiado cedo e depressa para que fosse uma lenda.[29]
- As lendas desenvolvem-se por tradição oral e não surgem em documentos históricos contemporâneos que podem ser verificados. Ainda assim, os Evangelhos foram escritos no espaço de tempo de três décadas após a ressurreição.[30]
- A teoria da lenda não justifica adequadamente o fato de o túmulo se encontrar vazio ou da historicamente comprovada convicção dos apóstolos de que Jesus estava vivo.[31]
Por que o cristianismo venceu?
Morison estava perplexo pelo fato de “um pequeno e insignificante
movimento ter sido capaz de prevalecer sobre o domínio astuto da
instituição judaica, assim como sobre o poder de Roma.” Porque é que
venceu, contra todas as probabilidades?
Ainda escreveu: “No espaço de vinte anos, as afirmações desses
pescadores e camponeses galileus desestabilizaram a Igreja judaica. … Em
menos de cinquenta anos começaram a ameaçar a paz do Império Romano.
Quando dissemos tudo o que havia para dizer… confrontamo-nos com o maior
mistério de todos. Por que venceu?”[32]
Por várias razões, o Cristianismo deveria ter morrido na cruz quando os
discípulos voltaram às suas vidas. Porém os apóstolos foram capazes de
estabelecer um movimento Cristão crescente.
J. N. D. Anderson escreveu: “Pense no absurdo psicológico de imaginar um
pequeno bando de covardes derrotados, num sótão, em um dia e, poucos
dias depois, transformados numa companhia que nenhuma perseguição podia
silenciar—e depois tente atribuir essa mudança dramática a uma mera
farsa elaborada nada convincente. … Isso não faz nenhum sentido.”[33]
Vários eruditos acreditam (nas palavras de um antigo comentarista) que
“o sangue dos mártires foi a semente da Igreja.” O historiador Will
Durant observou: “César e Cristo encontraram-se na arena e Cristo
venceu.”[34]
Uma conclusão surpreendente
Com as questões do mito, alucinação e autópsias imperfeitas descartadas;
com as provas incontestáveis de um túmulo vazio, com um grupo
substancial de testemunhas do Seu reaparecimento e com a inexplicável
transformação e impacto no mundo daqueles que clamavam tê-Lo visto;
Morison convenceu-se de que a sua primeira concepção contra a
ressurreição de Jesus Cristo estava errada. Começou a escrever um livro
diferente—intitulado Quem moveu a pedra?—para detalhar suas
novas conclusões. Morison seguiu simplesmente as pistas e evidências,
prova por prova, até que a verdade do caso lhe parecesse clara. Para sua
surpresa, as evidências levaram-no a crer na ressurreição.
No capítulo inicial de “O livro que se recusou a ser escrito”, este
anteriormente cético explica como as provas o convenceram de que a
ressurreição de Jesus foi um evento histórico. “Foi como se um homem se
dispusesse a cruzar um bosque por um caminho familiar, bem demarcado, e
saísse de repente por onde não esperava sair.”[35]
Morison não está sozinho. Inúmeros céticos têm examinado as evidências
da ressurreição de Jesus e aceitado essa como o mais incrível fato de
toda a história humana. Mas a ressurreição de Jesus Cristo suscita a
questão: o que tem a ver com a minha vida o fato de Jesus ter derrotado a
morte? A resposta a essa questão é o tema central de todo o
Cristianismo do Novo Testamento.
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Jesus Ressuscitou dos Mortos? |
Fonte: Y-Jesus Divulgação: Massoreticos
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