Somos construtores de pontes, não cavadores de abismos. Somos ministros
da reconciliação, não promotores de contendas. Somos pacificadores, não
geradores de intrigas. O ministério da igreja é de aproximação das
pessoas e não de afastamento delas. Somos um só corpo e membros uns dos
outros. Quando um membro do corpo sofre, todos sofrem com ele; quando um
membro é promovido, todos se regozijam com ele. Para isso, precisamos
tomar algumas medidas.
Em primeiro lugar, reconhecer que somos falhos e erramos uns com os
outros. Não somos uma comunidade de pessoas perfeitas. Nós ainda estamos
sujeitos a falhas e tropeçamos em muitas coisas. Isso obviamente não
nos dá o direito de errarmos intencionalmente. A vida cristã não nos dá
uma imunidade para pecar. Precisamos ser vigilantes para não sermos
pedra de tropeço para os nossos irmãos. Porém, o fato de errarmos uns
com os outros não anula o fato de que somos uma só família e um só
rebanho. O apóstolo Paulo admite que na igreja há momentos em que temos
queixa uns dos outros.
Em segundo lugar, reconhecer que o caminho do arrependimento e do perdão
é a única forma de construir pontes em vez de cavar abismos. Um cristão
demonstra sua maturidade espiritual quando reconhece seu erro e tem
disposição de pedir perdão. Não há comunidade saudável sem o exercício
do perdão. Somos a comunidade dos perdoados e dos perdoadores. Quem não
perdoa não pode orar, não pode ofertar, não pode ser perdoado. Quem não
perdoa adoece emocional e fisicamente. A Bíblia diz que precisamos
perdoar uns aos outros como Deus em Cristo nos perdoou. Esse perdão deve
ser imediato, pleno e definitivo. O perdão sara as feridas, restaura os
relacionamentos, produz comunhão e glorifica a relacionamentos, produz
comunhão e glorifica a Deus. Ferir uns aos outros ou guardar mágoas
produz doença emocional e desavença relacional. É tempo de construirmos
pontes em vez de cavarmos abismos em nossos relacionamentos dentro da
nossa família e da igreja.
Em terceiro lugar, reconhecer que Deus nos chamou para sermos ministros
da reconciliação. Nós fomos chamados para pregarmos a reconciliação do
homem com Deus e do homem com o próximo. Nós fomos vocacionados para
construirmos pontes em vez de cavarmos abismos. Os filhos do Reino são
pacificadores e os pacificadores são chamados filhos de Deus. A Bíblia
diz que o amor cobre multidão de pecados. Quem ama busca a
reconciliação.
Em quarto lugar, reconhecer que nenhuma vitória tem gosto de vitória se a
comunhão fraternal é quebrada. A única vitória que glorifica o nome de
Cristo é a decisão de restaurar o que foi quebrado, de aproximar o que
foi afastado. Paulo diz: “no que depender de vós, tende paz com todos os
homens”. Ainda diz que se preciso for, devemos sofrer o dano para
construir as pontes da reconciliação. A Palavra de Deus diz que devemos
ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo. Ele não revidou
ultraje com ultraje. Ele rogou ao Pai que perdoasse seus algozes e até
mesmo atenuou-lhes a culpa, dizendo que eles não sabiam o que estavam
fazendo. A Bíblia inteira é um apelo à reconciliação com Deus e a
reconciliação fraternal. O apóstolo Paulo chega a afirmar que se não
houver perdão dentro da igreja, Satanás leva vantagem sobre nós. Que
Deus nos ajude a amar uns aos outros, a dar a nossa vida uns pelos
outros, a perdoar uns aos outros como Deus em Cristo nos perdoou e a
construirmos pontes em vez de cavarmos abismos.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Fonte: Palavra da Verdade Divulgação: Massoreticos
Nosso grande desafio no presente século é voltarmos as práticas da igreja primitiva, no partir do pão, nas orações rotineiras no Templo e nas casas, no fortalecimento da doutrina dos Apóstolos e na comunhão, esta tão dificultada pelo corre-corre da vida moderna e pela tendência dos relacionamentos virtuais, mais cômodos e menos "arriscados", visualizando pela ótica das decepções no contato aproximado, onde não se consegue esconder os erros, as falhas, os sentimentos mais medíocres inerentes a natureza humana. Com certeza, a prática do perdão será fundamental para a construção de relacionamentos sólidos e sadios, tendo em vista a possibilidade de ocorrerem as falhas mútuas corriqueiras que fazem parte da natureza Adâmica.
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